De acordo com Maharaj, ao nível da mente, o ‘eu’ pode ser considerado sob três aspectos: 1. impessoal — Avyakta (não manifesto), o ‘eu absoluto’, além de toda percepção ou experiência sensorial e sem se dar conta de si mesmo. 2. superpessoal — Vyakta (manifestado), que é o reflexo do Absoluto na consciência, como ‘eu sou’, e 3. pessoal — Vyakti, que é uma construção dos processos físicos e vitais, o aparato psicossomático em que a consciência se manifesta.
Maharaj, no entanto, faz questão de repetir a intervalos frequentes, que essa distinção é puramente nocional e não pode existir na realidade. Essencialmente, não há diferença entre o manifesto (Vyakta) e o não manifesto (Avyakta), assim como não há diferença essencialmente entre luz e luz do dia. O universo está cheio de luz, mas essa luz não pode ser vista até que seja refletida contra uma superfície como a luz do dia; e o que a luz do dia revela é a pessoa individual (Vyakti). O indivíduo na forma do corpo humano é sempre o objeto; a consciência (como testemunha) é o sujeito, e sua relação de dependência mútua (a consciência não pode aparecer sem o aparato de um corpo e o corpo não pode ter senciência sem consciência) é a prova de sua identidade básica com o Absoluto. Ambos são da mesma consciência; um em repouso, o outro em movimento — cada um consciente do outro.
Todo o universo manifestado, explica Maharaj, existe apenas na consciência. O processo conceitual seria o seguinte: A consciência surge no Ser Puro, por nenhuma causa ou razão específica além de que é sua natureza fazê-lo — como ondas na superfície do mar. Na consciência, o mundo aparece e desaparece; e cada um de nós tem o direito de dizer: Tudo o que existe é eu, tudo o que existe é meu; antes de todos os começos, depois de todos os finais, estou aí para testemunhar o que acontece. ‘Eu’, ‘tu’ e ‘ele’ são apenas aparências na consciência — todas são basicamente ‘eu’.