A doutrina tradicional prega uma Prima Causa que é diretamente a causa de nosso Si [Self] (por participação), mas apenas indiretamente, por meio da operação de causas segundas ou mediatas, nas quais ela nunca interfere, a causa de sermos o que somos. Portanto, em nossa idiossincrasia, somos precisamente os herdeiros das fazimentos (karma). Essa força “invisível” (adrshta) de “nosso karma”, embora seja um ceifador a ser temido, não é nada imposto a nós, mas a lei de nossa própria natureza. Deus, do ponto de vista indiano, não é um alocador arbitrário de destinos, mas simplesmente a “testemunha do karma”. Em outras palavras, como Platão também diz, tudo o que o jogador de damas cósmico faz, e que “é uma tarefa maravilhosamente fácil”, é “mover o personagem que melhor se desdobra para um lugar superior, e o que pior se desdobra para um lugar pior, de acordo com o que pertence a cada um deles, proporcionando assim um destino apropriado (moira)…. Pois de acordo com a inclinação de nossos desejos e a natureza de nossas almas, cada um de nós geralmente se torna de igual caráter… o divinamente virtuoso é transportado por um caminho sagrado para um lugar diferente e melhor” (Leis 903, 904). Da mesma forma, na doutrina cristã, “Fado é a ordenação das causas secundárias em direção aos efeitos pretendidos por Deus” (Summa Theologica I.116.4), “sem a qual o mundo teria sido privado da perfeição da causalidade” (Summa Theologica I.103.7 ad 2).
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