Categoria: Wei Wu Wei

  • Wei Wu Wei (AA:6) – Iluminação por não-ação

    AA Toda chamada “volição” é uma manifestação do Eu-conceito. Quem busca a iluminação? Enquanto for buscada sob a compulsão do Eu-conceito, como poderia ser realmente realizada? Por outro lado, assim que o Eu-conceito desaparece, percebe-se que ela sempre esteve ali. Mas o Eu-conceito deseja apenas uma pseudo-iluminação, pela qual pode se fazer passar por um…

  • Wei Wu Wei (AA:5) – Eu-sujeito

    AA Quando olhei para um jarro, supus que o olho-sujeito estivesse olhando para o jarro-objeto. Mas o olho-sujeito é, por si só, um objeto, e um objeto não pode ser o sujeito de outro objeto. Tanto o olho-suposto-sujeito quanto o jarro são objetos do Eu-sujeito. Isso é uma transcendência aparente do sujeito-objeto. Mas somente quando…

  • Wei Wu Wei (AA:3) – O presente não tem duração

    AA “O presente não tem extensão, apenas intensidade.” (Lama Anagarika Govinda.) O presente não tem duração. Portanto, ele não existe na dimensão linear do tempo. Ele não é “horizontal”. Tem apenas um ponto de contato com a serialidade. A extensão do presente está em uma dimensão diferente daquela do tempo. Portanto, está em ângulo reto…

  • Que diferença poderia haver entre ‘viver’ e ‘morrer’?

    NDPWWW Que diferença poderia haver entre ‘viver’ e ‘morrer’? ‘Viver’ é apenas a elaboração em duração sequencial daquilo que, de outra forma, é conhecido como ‘morrer’ [a cada instante há morrer-renascer]. Quando o Que-somos funciona, estendendo-se em três aparentes dimensões espaciais e outra que as interpreta como duração, juntas conhecidas como ‘espaço-tempo’, há o que…

  • Nada conceitual poderia apreender o que não fosse conceito

    WWWEB Um corpo pode ser preso com correntes, uma psique pode ser presa por complexos, um fenômeno conceitualizado pode ser preso, ou seja, pode se considerar preso, e todos podem ser libertados — pois “escravidão” e “libertação” também são conceitos relativos. Mas nada conceitual poderia prender qualquer coisa que não fosse um conceito. Eu não…

  • Quem está ciente?

    WWWEB Quem está ciente [aware] que eu-mim pensa que eu-mim percebe tudo o que parece perceber, e sabe tudo o que parece saber? Quem está eternamente ciente de tudo o que eu-mim pensa que eu-mim faz, acordado ou dormindo, de seu ‘nascimento’ até sua ‘morte’? Quem está ciente de que eu-mim pensa que eu-mim está…

  • Ninguém existe de outra forma que não na ‘realidade’

    WWWEB Alguns afirmam de maneira espirituosa que “Ninguém existe na ‘Realidade’, mas sim no conceito.” Eu preferiria que se dissesse: “Ninguém existe de outra forma que não na ‘realidade’ (coisa-em-si) e, portanto, existe no conceito.” Sendo a ‘Relatividade’ a única realidade (coisa-em-si) que podemos conhecer, ‘existir’ é ao mesmo tempo relativo e real, ou seja,…

  • Wei Wu Wei (TM:40) – Ticos desconcertantes e pedaços dolorosos II

    (WWW10) Deixe os objetos cuidarem de si mesmos, se algum, e reconheça a ausência do sujeito deles como objeto. * * * “Não permanecer” significa não permanecer em um ‘eu’. * * * O que é o eu é o outro: o que é o outro é o eu, e o que eu sou não…

  • Wei Wu Wei (TM:36) – Opostos éticos e afetivos

    Nenhuma ação pode ser ‘certa’ ou ‘errada’, porque não existe algo como ‘ação’ volitiva; e a ação não volitiva, sendo inevitável, não pode ser qualificada de forma alguma. Portanto, não pode haver nada que possa ser qualificado como um ou outro, e nenhum deles tem qualquer existência que não seja como um julgamento arbitrário sem…

  • Wei Wu Wei (TM:36) – opostos

    Todos os opostos são a vacuidade da mente, que é o que somos — reconhecidos como tal quando percebidos como vazios de oposição. A “vacuidade da mente” é o que permanece quando a mente é esvaziada da mente. Não podemos perceber os opostos como não-diferentes sem ao mesmo tempo vê-los como diferentes, por que e…

  • Wei Wu Wei (TM:31) – presença

    Os fenômenos e o espaço-tempo são inseparáveis: sua aparência é interdependente. Noúmeno é a não espacialidade e a atemporalidade: a própria ausência de todos os conceitos que precisam de extensão. O espaço-tempo, então, é visto como uma porta aberta para a compreensão metafísica. Enquanto o conceito de espaço-tempo estiver presente, somente a compreensão fenomenal será…

  • Wei Wu Wei (TM:81) – O Décimo Homem

    Você conhece a curiosa história dos dez monges que viajavam juntos de um Mestre para outro, em busca da iluminação que não haviam conseguido obter? Ao atravessar um rio em uma enchente, eles foram separados pela correnteza rápida e, quando chegaram à outra margem, reuniram-se novamente e um deles fes a contagem para se certificar…

  • Wei Wu Wei (TM:31) – o tempo é a quarta dimensão do espaço

    Muitos artigos e alguns livros foram escritos sobre outras direções de medição além das três que estão disponíveis para o nosso aparelho sensorial, e em vários idiomas europeus. Até onde sei, todos estão preocupados exclusivamente com o que pode ser chamado de “a busca por uma enésima dimensão”, enquanto a matemática superior, por meio do…

  • Wei Wu Wei (TM:35) – Sou onde nenhuma coisa é

    Sou onde nenhuma coisa é. Isso quer dizer que: Sou onde coisas, que não são de fato “coisas”, e assim são não-coisas — não são. Essa é a dupla negativa do Shen Hui, tão claramente quanto pode ser expressa em palavras. Vamos dizer isso com um pronome: O que sou eu? Eu sou o que…

  • Wei Wu Wei (TM:30) – todo fenômeno senciente é “eu”

    Noumenalidade está presente onde e quando a fenomenalidade estiver presente, pois nenhuma delas pode ter existência independente. Todo fenômeno, a cada momento, é então noúmeno e é, portanto, um centro, o centro de uma infinidade e de uma eternidade das quais, uma vez que são, por definição, sem limites, o centro deve necessariamente estar por…

  • Wei Wu Wei (TM:34) – há uma entidade?

    Não há destino nem livre-arbítrio, Nem caminho nem realização; esta é a verdade final”. (Stray Verses) p. 93 A afirmação de Maharshi nega especificamente os próprios conceitos e a aplicação deles apenas por inferência. “Destino”, assim como “livre-arbítrio”, é uma palavra que procura descrever um conceito, assim como “caminho” e “realização”. Não são percepções sensoriais,…

  • Wei Wu Wei (TM:33) – ilusão de separação

    A ilusão de separação se deve à presença aparente de objetos cujo conhecedor é seu sujeito supositivo. A separação é, em si, a condição essencial da qual depende a noção de cativeiro, e sua dissolução leva à abolição da ideia de estar cativo. Mas o sujeito supositivo é, em si mesmo, um objeto, cujo cognoscente…

  • Wei Wu Wei (TM:32) – cativeiro

    Cativo é ser dependente, amarrado, limitado. De, para, por, o quê? Não é o apego a uma suposta “vontade”, que é o exercício da escolha pessoal e independente por aquela suposição com a qual o que eu sou é identificado e que é chamado de “eu”? Isso significa apenas que uso o pronome “eu” de…

  • Wei Wu Wei (TM:29) – nosso “cativeiro”

    Nossa infelicidade, nosso chamado “cativeiro”, todo o nosso sofrimento, nossa “queda” do paraíso na metáfora do Jardim do Éden, é apenas o efeito da identificação do que somos com o sujeito ou elemento cognoscente de nossa divisão em sujeito e objeto. A entificação desse sujeito faz com que seja concebido um indivíduo supostamente independente e…

  • Wei Wu Wei (TM:31) – Aqui e Agora

    A direção de medição expandida ou “N-ésima”, que indica onde estamos, que é o Aqui e Agora, é inacessível tanto para a percepção sensorial quanto para a conceitualização — os cinco sentidos e o sexto sentido conceitual. Não precisamos duvidar da razão disso, que, de fato, é óbvia: é simplesmente porque, sendo Aqui e Agora,…