Categoria: René Guénon

  • Atlântida

    É necessário deixar bem claro que a tradição atlante não é a tradição primordial para o presente Manvantara, e que ela própria é secundária em relação à tradição hiperbórea; é só de modo relativo que se pode tomá-la como ponto de partida, no que diz respeito a certo período que é apenas uma das subdivisões…

  • interpretação

    De um modo geral, a propriedade de toda interpretação verdadeiramente iniciática é a de não ser jamais exclusiva, mas, ao contrario, compreender sinteticamente em si própria todas as demais interpretações possíveis. É por isso, aliás, que o simbolismo, com os seus múltiplos e superpostos sentidos, é o meio de expressão normal de todo verdadeiro ensinamento…

  • lugares

    Em todas as tradições os lugares simbolizam essencialmente estados. (Guénon)

  • Tetraktys

    Fomos levados muitas vezes, no correr de nossos estudos, a fazer referência à Tetraktys pitagórica, e indicamos então a fórmula numérica: 1 + 2 + 3 + 4 = 10, mostrando a relação que une diretamente o denário ao quaternário. Sabe-se, por outro lado, da importância muito particular que os pitagóricos atribuíam a ela, o…

  • transformação

    O terceiro rosto de Jano corresponde, no simbolismo da tradição hindu, ao olho frontal de Shiva, também invisível, pois não é figurado por qualquer órgão corporal, e representa o “sentido da eternidade”. Diz-se que um olhar desse terceiro olho reduz tudo a cinzas, isto é, destrói toda manifestação. Mas, quando a sucessão é transmutada em…

  • microcosmo

    VIDE microcosmos A analogia constitutiva do “microcosmo” e do “macrocosmo” é expressa na doutrina hindu pela fórmula: Yatha pinda Tatha Brahmanda, “tal o embrião individual (sutil), tal o Ovo do Mundo”. (Guénon)

  • virtualidade

    A virtualidade, que pode parecer um aniquilamento transitório, torna-se logo, pela concentração de todas as possibilidades essenciais do ser num ponto único e indestrutível, o próprio germe de onde sairão todos os seus desenvolvimentos nos estados superiores. (Guénon)

  • força

    A força una e única que produz todas as “condensações” e “dissipações”, que a tradição, extremo-oriental refere à ação alternada dos princípios complementares yin e yang (v. Yin-Yang), e que correspondem também às fases do “expir” e do “aspir” universais; é o que a doutrina hermética, por seu lado, denomina “coagulação” e “solução” respectivamente. É…

  • imutabilidade

    A imutabilidade é precisamente o caráter essencial do eixo em torno do qual se efetua a revolução de todas as coisas e da qual ele não participa. (Guénon)

  • guerra

    A guerra, enquanto dirigida contra aqueles que perturbam a ordem e com o objetivo de reconduzi-los a essa ordem, constitui uma função legítima, que no fundo é um dos aspectos da função de “justiça”, entendida esta em sua acepção mais geral. No entanto, esse é o seu lado mais exterior, portanto o menos essencial. Do…

  • Céu-Terra

    Para os pitagóricos, Kronos e Rhea representavam respectivamente o Céu e a Terra; assim, a ideia de elevação encontra-se também nessa correspondência. (Guénon)

  • orientação

    a orientação pode ser tomada de acordo com uma ou outra das duas modalidades, “polar” ou “solar”, do simbolismo. No primeiro caso, olhando-se para a estrela polar, isto é, voltando-se para o norte, tem-se o leste à direita; no segundo, olhando-se o Sol no meridiano, isto é, voltando-se para o sul, tem-se ao contrário o…

  • família

    Existe certa relação, em uma dada forma tradicional, entre a disposição da casa e a constituição da família. Assim, na tradição islâmica, a disposição quadrilateral da casa (que normalmente deveria ser inteira fechada para fora, abrindo-se as janelas para o pátio interior) está relacionada à limitação do número de esposas a no máximo quatro, tendo…

  • lar

    O lar é a parte da habitação, ou da cozinha, onde se acende o fogo. O altar é aliás, na realidade, um lar e inversamente, numa civilização tradicional, o lar deve ser visto como um verdadeiro altar doméstico; simbolicamente é aí que se realiza a manifestação de Agni, e lembraremos a esse respeito o que…

  • flecha

    A flecha é ainda um símbolo “axial” e também uma das figuras mais frequentes do “raio solar”. Em certos casos, um fio está preso à flecha e deve atravessar o alvo; isso lembra de uma forma surpreendente a figura evangélica do “buraco da agulha”. E o símbolo do fio (sutra) encontra-se também no termo sutratma.…

  • perfeição

    A “pedra angular”, do ponto de vista “construtivo”, é a “perfeição” da realização do plano do arquiteto; do ponto de vista da alquimia, é a “perfeição” ou o fim último da “Grande Obra”; existe uma correspondência exata entre ambos. (Guénon)

  • arquitetura

    A própria correspondência entre os simbolismos da arquitetura e da alquimia nada mais é, no fundo, que um caso particular da que existe também, ainda que de um modo talvez nem sempre tão manifesto, entre todas as ciências e artes tradicionais, que são simplesmente, na realidade, expressões e aplicações diversas das mesmas verdades de ordem…

  • obra

    A palavra “obra” é empregada ao mesmo tempo na arquitetura e na alquimia, e não é sem razão que fizemos essa comparação: na arquitetura, o acabamento de uma obra é a “pedra angular”, e na alquimia é a “pedra filosofal”. (Guénon)

  • ritual

    Por outro lado, como toda ação ritual, ou seja, em suma, toda ação verdadeiramente normal e de acordo com a “ordem” (rita), pode ser considerada como dotada de algum modo de um caráter “sacrifical”, conforme o sentido etimológico dessa palavra (de sacrum facere), o que é verdadeiro para o altar védico vale também, de uma…

  • sacrifício

    Já dissemos várias vezes que todo sacrifício ritual deve ser visto como uma imagem do primeiro sacrifício cosmogônico, aquele de Purusha na tradição védica. E, em todo sacrifício também, como observa M. Coomaraswamy, “a vítima, tal como os Brâhmanas mostram com toda evidência, é uma representação do sacrificante, ou, como exprimem os textos, é o…