Categoria: Wei Wu Wei

  • Wei Wu Wei (PP:34) – Não estamos cientes de estar cientes?

    A resposta é que a mente dividida, percebendo [cognising] por meio de um sujeito percebendo objetos, não pode perceber sua própria “totalidade” como objeto. Não há necessidade de perceber nossa ‘totalidade’, e é sempre impossível fazê-lo, pois não há ‘coisa’ aqui para perceber e nenhuma ‘coisa’ a ser percebida. Qualquer tentativa de entender o que…

  • Wei Wu Wei (PP:34) – silêncio da mente

    Não há ninguém e nada para estar-ciente [be aware] da Com-ciência [Awareness], Com-ciência, não posso estar-ciente de mim mesmo, Pois não conheço nenhum si mesmo do qual possa estar-ciente. Não sou nenhuma coisa de que estar-ciente, Como uma coisa ‘tu’ não podes conhecer a com-ciência, Pois ‘tu’ só podes estar-ciente como ‘eu’, Quando não há…

  • Wei Wu Wei (HN:Pref) – “eu” inconcebível

    Um corpo pode estar preso a cadeias, uma psique pode estar presa a complexos, um fenômeno conceitualizado pode estar preso, ou seja, pode considerar ele mesmo preso, e tudo pode ser liberado – pois ‘prisão’ e ‘liberação’ também são conceitos relativos. Mas nada conceitual poderia atar nada além de um conceito. Eu não posso ser…

  • Wei Wu Wei (AA:2) o polimento do espelho

    Desde Bodhidharma, a ameaça recorrente que tem ofuscado o Supremo Veículo tem sido a paixão do homem consigo mesmo. Não importa quando a sucessão de grandes mestres enfraquecia em poder ou em qualidade, a doutrina auto-lisonjeira de polimento de espelho ressurgia. Hui Neng e Shen Hui resgataram a doutrina, mas hoje ela precisa ser salva…

  • Wei Wu Wei (WLL68): Que sou? (2)

    dois: Boas novas, velho amigo, o melhor de sempre. um: Excelente. Isso quer dizer? dois: Sou realidade! Um: Tão óbvio quanto teu nariz, mas parabéns por perceber. dois: Fantástico! Não tinha ideia de que a vida tinha tanta emoção! Quero dançar, ou pular por sobre a lua. Sinto como se uma névoa tivesse levantado, como…

  • Wei Wu Wei (OS:1) – o tempo e o espaço

    Tendemos a entender mal a natureza e exagerar a importância do “tempo” e do “espaço”. Não existem tais ‘coisas’ [elas não existem por si mesmas]: elas surgem aparentemente, ou seja, elas ‘funcionam’ apenas como um mecanismo pelo qual eventos, estendidos espacial e sequencialmente, podem se tornar cógnitos. Eles acompanham os eventos e tornam seu desenvolvimento…

  • Wei Wu Wei (PP:36) – bodhi – mente – ‘eu’

    ‘Som’ não tem significado aparte da sua audição, assim como o conhecimento não tem sentido aparte do seu conhecimento. E a audição do som, como o conhecimento do conhecimento, é percepção sensorial – objetivamente ‘som’ e ‘conhecimento’, subjetivamente a fonte da audição, do conhecimento e de toda a percepção sensorial, às vezes denominada ‘bodhi’, que…

  • Wei Wu Wei (PP:36) – Bodhi

    O que é denominado ‘bodhi’ é a fonte numenal tanto do ‘escutar’ quanto do ‘escutado’, do som fenomenal e do escutar o som, do objeto auditivo e dos meios subjetivos de sua percepção sensorial. A mente-que-escuta, como a mente-que-vê, a mente-que-sente, a mente-que-conhece, todo aspecto aparentemente diferente da mente sensorial é ‘bodhi’. Como tal, todos…

  • Wei Wu Wei (AEB:33) – após a superação do ego

    Causa-e-efeito são manifestações temporais: in-temporalmente são um só. Temporalmente, volição é um fator causal [uma causa imediata], ela mesma um efeito. Quando a Mente que informa [o inominável—porque não-objetivo—fator que informa toda aparência] brilha através da névoa que resulta da identificação com um objeto fenomenal, volição se torna ilusória, uma vez que é da textura…

  • Wei Wu Wei (AEB:32) – a não-doutrina

    A Doutrina é a doutrina da não-doutrina, A Prática é a prática da não prática, O Método é meditação por não meditação, E Cultivo que é cultivo por não cultivo. Esta é a mente da não-mente, que é wu hsin, O pensamento de não pensamento, que é wu nien, A ação da não ação, que…

  • Wei Wu Wei (TM:70) – aspectos secundários do tempo

    ‘Tempo’, conceituado como um objeto, nunca poderia fazer sentido, pois não tem existência objetiva de qualquer espécie. É apenas nossa vida sequencial. É, talvez, o próprio viver da vida. Objetivamos isso por meio de relógios e nos convencemos de que os relógios medem ‘isso’, enquanto o que eles medem é a nossa vida. Quando perdemos…

  • Wei Wu Wei (TM:70) – Tempo-Pai

    O que somos, com base na consciência e na sensibilidade, é intemporal, e o que aparentamos ser — nossa aparência objetiva com a qual, infelizmente, estamos condicionados a nos identificar — é temporal. Isso equivale a afirmar que o que subjetivamente ‘nós’ representamos é ‘atemporal’, e que o que pensamos que somos é ‘tempo’. ‘É…

  • Wei Wu Wei (PP:4) – a ilusão suprema 4

    Durante os dois milênios e meio da história registrada, nenhum dos sábios foi capaz de transmitir além ou uma outra representação do que entes sencientes aparentes são em relação ao universo aparente no qual eles parecem ser estendidos espacial e temporalmente. A elaboração religiosa de sua própria base metafísica, por mais reconfortante que seja, na…

  • Wei Wu Wei (PP:2): a ilusão suprema 2

    Na ausência dos conceitos relacionados e interdependentes de “espaço” e de “tempo”, nenhum elemento do universo aparente poderia ser concebido, conhecido ou aparentemente experimentado, e nenhuma “entidade” poderia ser imaginada para conhecer ou experienciar qualquer tal elemento. Portanto, não pode haver nenhuma entidade factual a ser nascida, ser “vivida” ou a ser “morta”, nem qualquer…

  • Wei Wu Wei (PP:3): a ilusão suprema 3

    A Unicidade implícita, a totalidade da mente indivisa, é ela própria um conceito de sua própria divisão ou dualidade, pois relativamente – relatividade sendo relativa ao que ela mesma é – ela não pode ser concebida ou conhecida. Tudo o que se poderia saber sobre ela é simplesmente que, sendo Absoluto, ela deve necessariamente ser…

  • Wei Wu Wei (PP:1): a ilusão suprema 1

    Quem poderia haver a ser nascido, a ser vivido, a ser morto? O que poderia haver a ser trazido à existência ou ser retirado à existência? Onde poderia haver um ‘espaço’ em que a existência objetiva pudesse ser estendida? Quando poderia haver um ‘tempo’ durante o qual a existência objetiva poderia ter duração? Essas noções,…

  • Wei Wu Wei (PP:35): definição de prajna

    Eu sou o Escutar do escutar, … Eu sou a fonte de todo escutar, portanto não ouço nenhum som, Eu sou o Ver do ver, … Eu sou a fonte de todo ver, portanto não vejo nenhuma forma, Eu sou o Sentir do sentir, … Eu sou a fonte de todo sentir, por isso não…

  • Wei Wu Wei (PP:33): a via negativa – CH’AN

    O que sou deve necessariamente parecer ser sem-ciência [Unawareness], não-ciente [unaware] de ser ciente [aware]. Foi objetificado como “Vacuidade”. Eis porque percebo ciência como meu objeto, Que não reconheço como sendo o que sou. Foi objetificado como “Cognição”. Este funcionamento, que é conhecido como “conhecer”, Inevitavelmente se manifesta em uma extensão conceitual, Que é denominada…

  • Wei Wu Wei (PP:33): a via positiva – VEDANTA

    Pode-se dizer que ser-ciente [bieng-aware] é o que sou numenalmente. Todos os aspectos de ser-ciente são o que fenomenalmente sou, Mas estes são desprovidos de ser neles mesmos, Pois são manifestações de ser-ciente. Se se pode dizer que a com-ciência [awareness] é cognoscível, Tal conhecimento é a suprema visão-interior, E pode ser chamado de ‘vacuidade…

  • Wei Wu Wei (PP:32): eu, númeno, falante

    Sou apenas como todos os entes, Só existo como todas as aparições. Sou experienciado apenas como toda senciência, Sou apenas cognoscido como todo conhecimento. Só visível como tudo o que é visto, Todo conceito é um conceito do que eu sou. Tudo o que parece ser é o meu sendo, Pois o que eu sou…