====== Ativarnashrami (ASE7:1252) – Metanoia ====== Fui perguntado sobre a palavra “metanoia”...~ O que significa realmente esta palavra...~ que Cristo usa como condição inseparável para a obtenção da visão, realização e verificação de nossa verdadeira natureza real?...~ Esta palavra...~ é o que na tradição cristã é traduzido por arrependimento...~ Mas seu verdadeiro sentido é uma indicação clara para os frutos da meditação minuciosa naquilo que não somos...~ Sentar-se para meditar no que não somos não é uma operação mental em que alguém diz “eu não sou o corpo-mente-alma-e-espírito”...~ de uma maneira mecânica...~ e com pressa...~ sem ver nada do que se está negando ser...~ Meditar profundamente no que não se é...~ é abrir a porta da lembrança para todas as abominações e pestilências que o fato de nossa auto-vanglória e auto-convencimento de ser alguém nos certifica que foram abominações e pestilências nossas...~ feitas e consentidas por nós...~ para nosso gozo e prazer...~ Para abominar o mal do que não é nós nem nosso, temos que vê-lo...~ Não creiam que eu mesmo pude verificar minha verdadeira natureza sem ver minuciosamente...~ com grandíssimo sofrimento...~ todo o mal que para servir a mim mesmo saiu de minha alma em sua enfermidade...~ Não é uma meditação agradável...~ mas é absolutamente necessária...~ É preciso ver o quanto se mentiu para salvar as aparências...~ para salvar o bom nome do que era apenas um auto-egoísmo e paixão ingovernáveis...~ É preciso lembrar-se exatamente como foi...~ sem esconderijos...~ sem exculpações...~ sem atenuações...~ É preciso ver bem de perto a besta negra de sua própria alma enferma...~ pois enquanto se acredita que a alma está em perfeito estado...~ para que precisar de cura?...~ Um arrependimento profundo só pode vir de uma visão profunda do mal...~ e uma visão profunda do mal em nós só pode vir de uma consideração e lembrança minuciosa de como as coisas foram na realidade...~ É certo que nenhum de nós jamais pediu para presenciar este mundo...~ mas isso não nos exculpa de nenhum de nossos desordens ocorridos por nossa vontade, uma vez que aceitamos ser homens e mulheres...~ com suas paixões...~ com seus direitos...~ com suas avarezas...~ com suas concupiscências...~ É certo que não somos nada de tudo isso...~ mas também é certo que uma vez que aceitamos sê-lo...~ e que uma vez aceito por nós ser este homem ou esta mulher...~ Fulano ou Fulana...~ agimos com todo o engano e a mentira e a intenção tortuosa de perfeitos egoístas...~ Há muito neste poço que tem que vir à luz...~ a fim de que nos doamos profundamente disso...~ a fim de que nossa separação disso seja absoluta e para sempre...~ Não podemos retroceder para nossa verdadeira natureza e continuar mantendo ao mesmo tempo nossa suposta existência feita toda de egoísmo...~ Algo muito profundo é completamente mudado em nós quando nossa recessão para nossa própria natureza verdadeira é real...~ Já não podemos continuar mentindo para nós mesmos sobre nossas verdadeiras intenções quando fazemos ou queremos fazer algo...~ Todas as boas intenções e propósitos revelam a raiz negra do egoísmo em seu fundo...~ Vê-se tanta sujeira dentro de si mesmo quanto jamais se acreditaria que pudesse existir...~ Esta é a “Viga” no próprio olho da qual Cristo falava...~ Tem que haver uma dor intensa...~ uma dor indisfarçável...~ de se ter tido algo a ver com toda esta podridão e abominação que se mimava como as lembranças mais queridas...~ O homem velho em nós deve ser morto se o homem novo deve viver...~ E para isso tem que haver uma grande mudança de mente...~ uma metanoia...~ um doloroso arrependimento e repulsa de tudo quanto se fez ou pensou em fazer enquanto se acreditava ser este homem...~ fulano...~ O homem velho em nós está sempre possuído de frivolidade...~ nenhum de seus atos e pensamentos é um verdadeiro ato nem verdadeiro pensamento...~ devido a que todos eles são ditados por seu grande tirano interior...~ sua própria paixão insaciável...~ O homem novo em nós está, ao contrário, possuído de seriedade...~ todos os seus atos e pensamentos estão possuídos de um inaudito amor à sua própria natureza que ele vê incessantemente...~ e em seu vê-la incessantemente está sua satisfação...~ Embora ele saiba que nunca foi absolutamente intocado pelo ego e sua brutalidade...~ seu arrependimento do que nunca foram seus atos é vívido e doloroso como se eles o tivessem sido...~ e é atual também...~ Ele nunca evade a visão completa de todo o dano que seu egoísmo causou...~ a fim de que a abominação e o arrependimento disso destaquem cada vez mais profundamente a indescritível graça de ter saído do inferno...~