====== Helali (LWDU) – Logos ====== LWDU //A Palavra é o prefácio do Livro do Amor, o tesouro do Rei do Amor, a recompensa que você busca com o coração.// //O que disse? O que quer que você diga é LOGOS, a prova incisiva do Intelecto, cuja ponta cortante é apenas a lâmina da língua que revela os fogos ocultos que abrasam o universo com a chama da vela do coração.// //Se a Palavra não estivesse pintada na página cósmica, não haveria nenhum sinal de Adão ou do mundo, nenhuma conversa sobre passado ou futuro. Quem poderia ter acendido a misericórdia no coração do ladrão de corações? Quem poderia ter feito dos infiéis muçulmanos? ou feito os menestréis se alegrarem ou acendido mil chamas com um único sopro? LOGOS é Revelação e nós somos o Trono Supremo: Palavra é mágica e nós somos os encantadores.// //A vida flui do discurso eloquente: onde há espaço para os milagres de Jesus? pois com esse sopro nós animamos um universo inteiro e o tornamos eterno.// No início de seu livro //Sobre os Atributos dos Amantes//, Helali justifica sua própria atividade literária. Por que, afinal de contas, alguém deveria dizer alguma coisa? Sua resposta nos leva ao reino da metafísica. No Islã, a Revelação assume a forma do Alcorão, que é a Palavra ou Logos (kalam). (No cristianismo, assume a forma do próprio Jesus, um homem: mas Jesus também é o Logos, tanto para o cristianismo quanto para o Islã, que o conhece como kalemat-al'Llah, "a Palavra de Deus"). Para o Islã esotérico, o Livro ou a Palavra se refere, em última análise, à Criação como um todo e, portanto, à sua manifestação central, o Homem Perfeito (por exemplo, Jesus ou Maomé). Mas o Logos precede até mesmo a própria Criação. O Dia do Pacto, quando Deus perguntou: "Não sou eu o teu Senhor?" e o homem respondeu: "Sim, em verdade" (VII, 72), ocorre na "pré-temporalidade" (azal). Assim, a Palavra de Deus foi ouvida antes mesmo que Sua face (ou seja, Sua auto-manifestação formal) fosse vista.