====== Wilberg (AA) – Função Paterna e a Constituição do Sujeito ====== PWAA Segundo Lacan, uma estrutura psicótica se manifesta como colapsos e sintomas psicóticos não através de um processo interno inevitável, mas através de alguma forma de confronto //externo// com 'a metáfora paterna' – sendo o pai não apenas qualquer homem real ou imaginário, mas também 'o pai simbólico'. O pai simbólico é essencialmente a 'ordem simbólica' como tal. Este é o papel da linguagem na constituição e definição do eu como //sujeito// no próprio ato de falar sobre si. Através da identificação inconsciente com o pronome sujeito falado 'eu' e as palavras ou 'predicados' que lhe atribuímos, 'sujeitamos' a si à linguagem no próprio ato de //objetificar// a si através dela. A falta de consciência da linguagem significa iludir-se de que o eu de que falamos usando a palavra sujeito 'eu' (o eu //significante// ou //falado//) meramente 'expressa', 'denota', 'descreve' ou 'refere' um eu pré-linguístico que está falando (o eu //significado// ou //falante//). Na realidade, o eu significado ou falado constantemente molda e remodela a experiência do eu falante ou significado. No entanto, //submeter-se// à forma como a linguagem é necessariamente 'castradora' – //sujeitando// ao seu poder através da forma como se está obrigado a //objetificar// a si através dela – é também um aspecto necessário da socialização, uma rendição de identificações fixas do ego ao reino social da linguagem ('a ordem simbólica') que Lacan associa ao elemento paterno da tríade edipiana ('a metáfora paterna').