====== Wilberg (MNY) – Nova Yoga – Tantra renascido ====== PWMNY //A consciência não é uma "coisa" nem um "ser", mas também não é um "nada" vazio ou estado de "não-ser".// Não pode ser derivada, reduzida ou explicada por qualquer coisa como o corpo ou o cérebro. Isso porque é a condição de campo última e absoluta para nossa experiência de qualquer corpo ou ser, a condição para nossa experiência de qualquer coisa ou fenômeno, eu ou mundo, do qual estamos conscientes — incluindo a experiência do próprio eu e mundo, do próprio corpo e ser. Por outro lado, todo corpo e ser, toda coisa ou fenômeno, é uma //consciência// — uma porção única daquela consciência absoluta e ilimitada que é a fonte divina de todos os seres e corpos, todas as coisas e fenômenos, todos os eus e todos os mundos. O que chamo de //A Nova Ioga// é a ioga da //consciência// — entendida como a própria essência do divino e de tudo o que existe. Como tal, é também o //tantra renascido// — dando nova expressão às verdades já reconhecidas na metafísica tântrica medieval e experienciadas por seus adeptos: que o divino (//Shiva//) é a consciência em si, não um ser ou divindade //com// consciência; que a consciência é o nosso próprio //Ser//, aquele //Eu// que não pode ser transformado em objeto, mas é pura subjetividade ou consciência como tal; e que habitamos dentro da consciência assim como habitamos dentro do espaço — dentro do tempo-espaço atemporal, porém abrangente, do momento. Não há nada que não seja consciência, ou que esteja //fora// da consciência — nenhum domínio que seja meramente mundano ou profano. Pois o divino é aquele campo singular, porém ilimitado, ou espaço de consciência que abraça todas as experiências qualitativamente distintas que emergem dele e dentro dele — incluindo todos os estados, condições e qualidades de consciência, e todos os fenômenos dos quais estamos ou poderíamos nos tornar conscientes — nesta ou em qualquer outra dimensão da consciência, interna ou externa, física ou não física. //Ser é estar consciente.// //Ser// também é //habitar// ou //permanecer//. //Meditação// na //Nova Ioga// significa constantemente reservar tempo para estar consciente e, portanto, para habitar ou permanecer na consciência — no tempo-espaço expandido do momento. A //Nova Ioga//, como //o caminho da consciência//, leva de uma nova consciência de tudo o que podemos experienciar no momento a uma nova experiência da consciência em sua profundidade e expansividade divina e espiritual. Em particular, estar consciente leva à experiência de //ser-na-consciência// — seja sozinho ou com outros. Estar consciente também permite identificar-se com a consciência divina na qual habitamos — em vez de nos identificarmos com qualquer experiência específica de nós mesmos, outras pessoas ou o mundo que tenhamos dentro dessa consciência. O caminho da //Nova Ioga// é, assim, um caminho que leva de //Estar Consciente// a //Ser-na-Consciência// e a //Ser Consciência//. De uma perspectiva tântrica, //Ser Consciência// não significa entrar em um estado suprassensorial de //nirvana// budista no qual deixamos de estar conscientes de qualquer coisa, inclusive de nós mesmos. Pelo contrário, intensifica e enriquece nossa experiência sensorial de tudo o que há para se conscientizar — em particular todas as incontáveis formas e qualidades sensuais da consciência que encontram expressão em nossa experiência sensorial imediata do mundo. Pois não há nada de que possamos estar conscientes — nenhum corpo ou coisa, nenhum ser ou eu, que não seja ele mesmo uma //consciência//. Isso inclui nosso próprio corpo e eu e o dos outros. Experimentar nosso próprio corpo e eu como uma consciência significa experienciar cada movimento corporal e estado psicológico como //mudra// — como a expressão de um movimento, estado ou modo de consciência. Experimentar nossos corpos como uma consciência transforma nosso corpo como um todo e cada sensação em um órgão dos sentidos da nossa alma — uma maneira de sentir e conhecer a nós mesmos, outras pessoas e o mundo. Através de //Estar Consciente//, //Ser-na-Consciência// e //Ser Consciência//, chegamos a //Ser a Consciência// que nosso //Eu// e //Corpo// essencialmente são. Chegamos, em outras palavras, a uma experiência do nosso //Eu de Consciência Divina// e //Corpo de Consciência Divina// — aquela porção singularmente individualizada da consciência divina que se conhece em e através de nós, que toma forma ou se corporifica como cada um de nós, e que também está consciente de si mesma como cada um de nós — e consciente de tudo o que cada um de nós está consciente. //Estar Consciente//, //Ser-na-Consciência// e //Ser Consciência// também nos permite suportar com //graça// divina tudo o que experienciamos ou de que estamos conscientes, sentindo-o seguro e abraçado no espaço divino da consciência que somos. Também nos permite corporificar a consciência que somos ao nos relacionarmos com outros seres — conscientes de que todo outro ser também é uma consciência, uma encarnação única da consciência divina abraçada pelo mesmo espaço divino da consciência. Pois a consciência não é //sua// ou //minha//, a propriedade privada de um corpo ou cérebro, eu ou sujeito, ego ou //eu//, pessoa ou divindade. É nossa fonte comum e divina como seres, aquilo que cada um de nós encarna e personifica de maneiras únicas. É o útero no qual habitamos eternamente, um útero que não deixamos no nascimento e do qual somos constantemente renascidos — agora e no além. Acima de tudo, é através de //Estar Consciente//, //Ser-na-Consciência// e //Ser Consciência// que podemos aprender a //estar com o outro na consciência// e a //estar consciente do outro como a consciência única que cada um é//. Em particular, através dos métodos únicos da //Nova Ioga//, podemos chegar a uma experiência tangível e sensorial de outro ser humano como um rosto e encarnação humana única do divino. Mais do que isso, podemos contemplar o //rosto divino// e o //corpo divino// de outro ser humano — o rosto do seu //Eu de Consciência Divina// e a glória do seu //Corpo de Consciência Divina//. É por isso que a //Nova Ioga// marca um afastamento radical tanto das práticas de ioga tradicionais, modernas e da //Nova Era//, cujo foco está apenas no corpo físico. O objetivo da //Nova Ioga//, como //tantra//, não é aprender a alongar e contorcer nossos corpos físicos, mas sim a //estender// (//tan//) nossa consciência — a manter aberto um espaço de consciência no qual damos lugar a tudo de que estamos conscientes, e no qual podemos tanto receber quanto ser recebidos por outros seres como a consciência única que cada um é. As práticas tântricas da //Nova Ioga// levam a uma experiência profundamente sensual de intimidade e intercurso espiritual com outros — pois, através dos poderes inatos do //Eu de Consciência//, podemos aprender a fundir e mesclar nosso //Corpo de Consciência// com o dos outros, experienciando assim as qualidades únicas de sua consciência ou //alma// em nosso corpo, e de nossa alma no deles. Dessa forma, oferece um novo entendimento e experiência do //amor// — não como um sentimento, mas como uma capacidade (//Shakti//) de identificação corporal com a alma do outro e suas qualidades de consciência. A //Nova Ioga// é o //tantra renascido// porque é tanto uma educação na realidade fundamental e divina da consciência, como reconhecido na tradição tântrica, quanto uma iniciação na espacialidade, substancialidade, sensualidade e sexualidade divinas da consciência — o objetivo das práticas meditativas tântricas. Na verdadeira tradição do //tantra//, em oposição a outras formas de misticismo — cristão, budista e védico —, nega o caráter ilusório do mundo sensorial e da experiência sensorial e a natureza //suprassensorial// do //espiritual//. Em vez disso, afirma todas as coisas sensoriais e permite que sejam experienciadas como a expressão das qualidades ou //sabores// sensuais inatos da consciência (//rasa//) e do elixir divino que é o //êxtase// da consciência (//chitananda//).