Anirvan (LRVV) – Meditação sobre as gunas

LRVV

Um tema de meditação profunda consiste em ver os três gunas como sendo superfícies concêntricas, uma dentro da outra. Dessa forma, tem-se a imagem de quatro tubos verticais que as delimitam, um dentro do outro; aquele que delimita a matéria está no exterior, os que delimitam a energia no interior, assim como o do centro, que delimita o espírito. O espaço central representa uma zona de calma perfeita: o “Vazio”.

Assim que a calma perfeita do espaço interior é percebida, a imagem das superfícies concêntricas se desfaz, e o fato de existir não é mais sentido senão de maneira muito sutil, como se um estado de consciência ativa pudesse ser comparado a um fio de luz muito fino que, ao mesmo tempo, preenche o céu. Disso resulta uma sensação global de fluidez ao longo da coluna vertebral, uma sensação de uma matéria fina, nervosa, subindo de baixo para cima. Essa sensação é semelhante ao raio de luz que preenche o espaço.

Os três gunas constituem o equilíbrio do Purusha, aconteça o que acontecer, o equilíbrio entre as qualidades e substâncias que os compõem. Eles se movem sempre na mesma ordem, ou seja, vão da matéria (tamas) para a energia (rajas), depois para o espírito (sattva); ou, na ordem inversa, do espírito (sattva) para a energia (rajas) até a matéria (tamas).

Diante do nascer e do pôr do sol, pode-se sentir internamente a passagem delicada de uma densidade para outra, de uma qualidade para outra ou de uma cor para outra. É por isso que esses momentos são tradicionalmente aqueles em que os gunas formam o cenário e o motivo de toda meditação.