Nesse estado não há começo nem fim de nada…~ É como um contêiner autocontido…~ Alguém me dizia que não sabia qual podia ser o destino atual de sua irmã recentemente falecida…~ Eu disse a mim mesmo…~ “Como pode perguntar-se pelo destino de sua irmã falecida…~ se ignora o que ele mesmo é antes que o que ele chama seu destino fosse?”…~ Veio-me então…~ instantaneamente…~ o que é verdadeiramente eu mesmo antes que este destino que presencio começasse a ser presenciado…~ Nesse estado não há começo nem fim de nada…~ Vejo-o e me pergunto…~ “Se ao fim da presenciação do destino se chama morte…~ como se chama a este estado quando o destino não havia começado a ser presenciado?…~ Eu vejo este estado…~ eu sou este estado…~ O destino não se presenciava…~ O que agora me dói…~ não me doía…~ O que agora me agrada…~ não me agradava…~ Vejo-o…~ minha autocontenção é absoluta…~ Eu não conheço meu princípio nem meu fim…~ não há nada em mim que comece nem acabe…~ Eu não chamo morte a este antes que o destino começasse a ser presenciado…~ Eu não tenho nome para este antes”…~ O que agora dói…~ não doía…~ O que agora agrada…~ não agradava…~ O que agora busca…~ não se buscava…~ Não havia ninguém…~ Eu mesmo não sabia que eu sou…~ Não havia nenhuma identidade de mim mesmo…~ Eu não me havia sentido jamais…~ Não se propunha nenhum trabalho…~ não se empreendia nenhuma obra…~ Não se sentia que houvesse que melhorar nada…~ Não se presenciava nenhum mundo…~ Não se sentia que eu fosse egoísta nem não egoísta…~ Não havia nenhum desejo…~ não havia nenhuma necessidade…~ Não se sentia falta de nada…~ Que indescritivelmente real é tudo isso!…~ O destino não se presenciava…~ Este carro não se desviava de seu caminho…~ não havia carro nem caminho…~ O sol não orbitava…~ a lua não crescia nem minguava…~ as estrelas não luziam…~ Eu não me via nem assim nem assim…~ Este que agora vejo não se via…~ Não se sentia nenhum fogo crepitando em nenhum coração…~ Não se amava…~ não se ignorava…~ não se conhecia…~ Este indivíduo…~ este destino não era…~ Não havia nenhuma busca de libertação…~ Nem o indivíduo nem seu destino eram…~ Não haviam começado a ser presenciados…~ não se sentiam…~ não se viam…~ não se escutavam…~ Que posso dizer então do estado em que nem o indivíduo nem seu destino se presenciam já mais?…~ que posso dizer então do estado que se chama morte?…~ Quando nem este indivíduo nem seu destino se presenciavam…~ quem se lembrava deles?…~ quem visionou alguma vez o indivíduo e o destino que está presenciando?…~ Por que haveria eu de dizer que este indivíduo e que este destino que presencio são eu mesmo e meus?…~ Eu nunca os vi…~ Eu jamais soube nada deles…~ Não houve aviso nem advertência prévia…~ Eu só sei que não se presenciava…~ Eu só sei que em mim mesmo não havia a menor lembrança deles…~