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Brunton (N6) – Ego como uma limitação

PBN

A mente deve ser liberada de suas falsas crenças. A ilusão que mais a obscurece é que o eu que nos é mais familiar é real. Uma vida inteira de pensamentos errados e fé ilusória levou-a à escravidão do erro, da conjectura e da opinião. A saída exige coragem para trilhar novos caminhos e inteligência aguçada para compreender a verdadeira identidade. O eu pessoal se separa do eu real, interpreta erroneamente a Realidade, ignorando que é apenas um pensamento na MENTE TOTAL.

 

Mesmo a conduta irrepreensível e os modos impecáveis pertencem ao ego e não à iluminação.

 

Nós extraímos a própria capacidade de viver do Super-Eu, o próprio poder de pensar da mesma fonte. Mas confinamos tanto a capacidade quanto o poder a uma esfera pequena, fragmentária e principalmente física. Dentro desse confinamento, o ego se entroniza, servido pelos nossos sentidos e alimentado pelos nossos pensamentos.

 

Este fragmento estreito de consciência que é a pessoa que eu sou esconde em seu âmago o grande segredo da vida.

 

A Mente Infinita recusa-se a ser personalizada, e nós a encerramos no ego apenas excluindo-a completamente.

 

Quem entra pela primeira vez na experiência filosófica e, assim, penetra na verdadeira natureza do ego, descobre, para sua surpresa, que, em vez de ser o centro da vida, como pretende ser, ele é, na verdade, um centro de morte — pois minimiza, obstrui e exclui imensamente a corrente de vida oculta no homem.

 

Os pensamentos surgem e desaparecem na superfície da consciência, assim como as ondas no oceano. Tanto os pensamentos quanto as ondas desaparecem novamente em sua fonte. O ego é uma totalidade de pensamentos fortemente mantidos, com uma longa ancestralidade por trás deles. Assim, ele também se dissolve eventualmente na mente universal. Sua consciência de suporte não se perde, é essa mesma Mente permanente. O eu pessoal é uma individualização dessa mente. Ele não surgiu do nada e, portanto, não pode voltar ao nada quando morre; ele morre nessa Mente Universal viva, é absorvido por ela.

 

O ser não pode cessar; essa imortalidade é possível devido à sua universalidade. Mas sua projeção, o pequeno ego pessoal, pode cessar.

 

Consideramos parte do ser humano como o ser inteiro e, então, nos perguntamos por que a felicidade humana é tão evasiva e a sabedoria humana tão rara.

 

A parte inferior da mente do homem, que calcula, analisa, critica, culpa e organiza, é a parte que não compreende os princípios divinos e, portanto, seus planos são frequentemente fúteis. O homem não tem por que se limitar à mente inferior e, quando compreender isso, deixará seu futuro nas mãos de Deus e, então, suas necessidades reais serão satisfeitas.

 

O que alguém vê nas outras pessoas não é o seu ser essencial, a sua parte mais importante, nem a sua melhor parte, mas apenas algo que está sendo usado para a autoexpressão sob condições muito limitadas, enganosas e obscuras.

 

É uma ironia da vida que o homem possa ver claramente o ego físico, mas não veja aquilo de que depende para existir, o Super-Eu. Portanto, ele negligencia ou ignora a atenção de que precisa e perde grande parte da oportunidade que a reencarnação oferece para promover seu desenvolvimento interior.

 

A visão egocêntrica dos homens comuns não é definitiva. Um dia eles evoluirão para a visão cósmica.

 

Em certo sentido, o ego é uma corrupção da consciência divina, bem como uma diminuição dela.

 

A consciência humana comum foi imposta a uma consciência mais divina e a esconde, cobrindo-a ao monopolizar toda a atenção do pensamento e do sentimento.

 

Quaisquer que sejam as imperfeições ou falhas que encontremos no universo, devemos sempre lembrar que estamos fazendo um julgamento, um julgamento humano – e, portanto, a partir de um ponto de vista limitado.

 

Abaixo do pequeno “eu” se estende a Consciência universal.

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