brunton:brunton-n6-o-sentido-do-eu-e-a-memoria

Brunton (N6) – O Sentido do Eu e a Memória

PBN6

97

Como é que eu sou – e sei que sou – substancialmente o mesmo homem hoje que ontem, que me lembro dos acontecimentos de um ano atrás? A resposta deve ser que há um eu contínuo, ou ser, ou mente, em mim, distinto de seus pensamentos ou experiências.

98

Nem o sono profundo nem a concussão cerebral nos impedem de recuperar o sentido do “Eu” quando terminam.

99

Se procurarmos o eu nessa confusão de instintos contraditórios e tendências mutáveis, encontramos apenas uma confusão. Essas coisas são o conteúdo da consciência, não a faculdade da consciência.

100

Até mesmo o soldado com trauma de guerra que sofre de uma amnésia quase total, esquecendo sua identidade pessoal e sua história pessoal, não sofre nenhuma perda da consciência de que ele existe. Suas ideias e imagens antigas podem ter desaparecido temporária ou mesmo permanentemente, mas a própria mente continua.

101

Os sentidos podem nos enganar com uma ilusão física, mas o eu pode nos enganar com uma ilusão mental? Não é o fato certo que não depende da experiência dos sentidos o fato de que existimos como indivíduos e existimos conscientemente? Não é o direito de dizer “Eu sou” a única certeza que não pode ser dissipada, a única verdade que não pode ser negada?

/home/mccastro/public_html/speculum/data/pages/brunton/brunton-n6-o-sentido-do-eu-e-a-memoria.txt · Last modified: by 127.0.0.1