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Deus enviou o cosmos de acordo com os níveis para que ele fosse plenamente habitado (ta‘mīr). Se não houvesse uma classificação em graus no cosmos, alguns dos níveis permaneceriam inoperantes (mu‘aṭṭal) e desabitados. Mas não há nada na existência que seja inoperante; pelo contrário, tudo é plenamente habitado. Cada nível deve ter habitantes cujas propriedades estejam em conformidade com o nível. Assim, Ele tornou algumas partes do cosmos mais excelentes do que outras.

A raiz disso nas coisas divinas (al-ilāhiyyāt) está nos nomes divinos. Como pode a abrangência (ihāṭa) do Conhecimento se comparar com a do Desejo e do Poder? Pois o Conhecimento se distingue do Desejo, e o Desejo do Poder, pelo nível ao qual a conexão é estabelecida. O Conhecimento tem a abrangência mais inclusiva, sendo, portanto, maior e mais excelente do que o Desejo e o Poder, por algo que nenhum dos dois possui em relação a serem Desejo e Poder. Pois Ele conhece a Si mesmo, mas não é descrito como tendo poder sobre Si mesmo, nem como desejando Sua própria existência. Parte da realidade do desejo é que ele só se conecta àquilo que é inexistente, mas Deus existe. E uma das características do poder é que ele só se conecta às coisas possíveis, ou àquilo que é “necessário por meio do Outro” (al-wājib bi’l-ghayr), mas Ele é o Ser Necessário por Si mesmo. Assim, a classificação em graus se manifesta no cosmos conforme a classificação em graus dos níveis. Portanto, deve haver uma classificação em graus entre aqueles que habitam os níveis. Assim, deve haver uma classificação em graus no cosmos. (II 527.11)

As realidades das relações estão organizadas em uma hierarquia real (tartīb ḥaqīqī), não em uma estabelecida por convenção (waḍ‘ī). Tome, por exemplo, a prioridade do Vivo (al-ḥayy) sobre o Conhecimento, a inclusão do Desejo dentro da abrangência do Conhecimento e a inclusão do Poderoso dentro da abrangência do Desejo. O Desejo não assume aquilo que pertence ao Poderoso, o Conhecimento não assume aquilo que pertence ao Desejo, o Vivo não assume aquilo que pertence ao Conhecimento, o Conhecimento não assume aquilo que pertence ao Vivo, o Desejo não assume aquilo que pertence ao Conhecimento, o Poderoso não assume aquilo que pertence ao Desejo. E a entidade (‘ayn) do Conhecimento é a entidade do Vivo, do Desejo e do Poderoso; a entidade da vida é a entidade do conhecimento, do desejo e do poder; a entidade da vida é a entidade do Vivo, do Conhecimento, do Desejo e do Poderoso. E assim por diante com o restante. Assim, as relações são diversas, mas a Entidade é Única. (II 608.26)