Ibn Arabi (Futuhat) – Nada existe além dos Seus nomes
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Mas aquele que realmente deseja tomar consciência dos nomes de Deus deve meditar sobre Suas palavras: “Ó povo, vocês são pobres diante de Deus!” Na realidade, nada existe além dos Seus nomes. (II 303.13)
Deus estabeleceu as causas secundárias e as fez como véus. Assim, as causas secundárias conduzem de volta a Ele todos aqueles que sabem que são véus. Mas bloqueiam todos aqueles que as tomam como senhores (arbāb). (III 416.19)
Por meio das causas secundárias que Ele estabeleceu, Ele nos tornou cegos à Sua atenção (tawajjuh) ao trazer as coisas à existência. Ele enviou a chuva, e ela caiu. As pessoas araram a terra e semearam o grão, e o sol espalhou seus raios. O grão brotou e foi colhido, moído, transformado em massa, mastigado com os dentes, engolido e digerido pelo estômago. Então o fígado assumiu e o transformou em sangue. Depois foi enviado pelas veias e distribuído entre as partes do corpo. Então um vapor (bukhār) subiu disso e se tornou a vida do corpo pelo bem da alma. Estas são as “mães” das causas secundárias, junto com o movimento das esferas, o percurso dos planetas, o brilho dos raios. Todos esses são véus estabelecidos (hujub inawdua), as mães das minúsculas causas secundárias abaixo delas. Os ouvidos de uma pessoa devem rasgar todos esses véus para ouvir a palavra “Seja!”23. Portanto, Ele cria no crente o poder da fé (al-īmān). Ele permeia sua audição, de modo que percebe a palavra “Seja!”, e permeia sua visão, de modo que testemunha o Criador das Causas Secundárias (mukawwin al-asbāb). (II 414.1)
Se as causas secundárias não tivessem efeito naquilo que é causado, Deus não as teria trazido à existência. Se sua propriedade não fosse intrínseca (dhātī) às coisas causadas (al-musabbahāt), elas não seriam causas e não seria correto chamá-las de causas. Esta situação é conhecida, por exemplo, quando algo só pode aceitar a existência em um lugar, mas não há lugar, embora o Doador da Existência (al-mūjid) deseje trazer a coisa à existência. Portanto, Ele deve trazer um lugar à existência para a existência daquela coisa cuja existência Ele deseja. Assim, a existência do lugar é uma causa secundária para a existência da coisa desejada à qual o desejo de Deus se conectou. Portanto, sabe-se que as causas secundárias possuem propriedades dentro das coisas que são causadas. Elas são como as ferramentas de um artesão (sāni). A arte (san‘a) e o artefato (masnū‘) são atribuídos ao artesão, não às ferramentas. (III 134.25)
