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imagination_creatrice_dans_le_soufisme_dibn_arabi:corbin-hcia-alegoria

Corbin (HCIA) – Alegoria

É necessário aqui voltar à distinção, para nós fundamental, entre alegoria e símbolo: a primeira é uma operação racional, que não implica a passagem para um novo plano do ser, nem para uma nova profundidade de consciência; é a figuração, no mesmo nível de consciência, do que já pode ser muito bem conhecido de outra maneira. O símbolo anuncia um outro plano de consciência além da evidência racional; é o “código” de um mistério, o único meio de dizer o que não pode ser compreendido de outra forma; nunca é “explicado” de uma vez por todas, mas sempre a ser decifrado novamente, assim como uma partitura musical nunca é decifrada de uma vez por todas, mas exige uma execução sempre nova. É por isso que em breve será necessário realizar um estudo comparativo aprofundado do ta’wîl para medir a diferença entre a maneira como um Averróis o concebe e o implementa, e a maneira como o xiismo, ou qualquer espiritualidade que dele deriva, fundamenta através do ta’wîl sua relação com a Revelação profética, que consiste em realizá-la. O ta’wîl xiita discerne, por exemplo, sob as figuras e os acontecimentos, tantas referências a pessoas terrenas, exemplificações de arquétipos celestes. Será necessário detectar se um ta’wîl averroísta ainda percebe símbolos ou se apenas elabora uma alegoria racional, metafisicamente inofensiva.

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