Jili (Homem Universal) – Da Essência (adh-Dhat)
Saiba que por “essência” (adh-dhât) queremos dizer, de modo geral, aquilo a que os nomes (al-asmâ) e as qualidades (aç-çîfat) estão ligados por seu princípio (fi 'aynihâ), e não por sua existência (contingente) (fi wujûdihâ). Todo nome e toda qualidade estão vinculados a uma realidade subjacente, que é sua essência…
Quanto à existência (al-wujûd) 1), ela tem dois graus: é o Ser puro, como a Essência do Criador (al-bâri), ou a existência alcançada a partir do nada, como a essência relativa das criaturas.
Por “Essência de Deus” (dâth Allah) — exaltado seja Ele! — é entendido como o próprio Deus, ou seja, aquilo pelo qual Ele é; Deus subsiste por Si mesmo, e é a essa Asidade divina (al-huwiyah) que os Nomes da (perfeição) e as Qualidades (universais) pertencem essencialmente. A Essência é, portanto, concebida por meio de qualquer forma (ideal) que logicamente se segue de um dos significados que ela implica; quero dizer que qualquer propriedade que resulte de um de seus atributos realmente pertence a Ela; é à Essência — ao seu Ser — que qualquer nome que implique uma ideia de perfeição (kamâl) se refere; Ora, a soma das perfeições implica o infinito e, consequentemente, a impossibilidade de abarcá-la com a inteligência, de onde se conclui, por um lado, que ela é incognoscível e, por outro, que essa mesma coisa pode ser conhecida, uma vez que é impossível ignorá-la: Aprendi tudo, de forma abrangente e distinta, De Tua Essência, ó Tu, em quem estão unidas todas as Qualidades? Ou será que Tua Face é sublime demais para que sua natureza seja compreendida? Portanto, entendo que sua Essência não pode ser compreendida. Longe de Ti que alguém possa Te sondar, e longe de Ti Que alguém Te ignore, — oh perplexidade! (JiliHU)
