Atividade do si (Stambaugh)
StambaughFS
Precisamos fazer uma pausa na nossa interpretação do início do Genjō-kōan e considerar brevemente três termos relacionados: “esforço total” (gujin), “atividade incessante”, “prática ininterrupta” (gyōji) e “dinamismo total” (zenki). Kim aborda a diferenciação extremamente sutil entre esforço total (gūjin) e força vital/dinamismo total (zenki) da seguinte maneira: Assim, os princípios do esforço total e da função ou dinamismo total são dois aspectos de uma mesma realidade da subjetividade no realismo metafísico de Dōgen. Em termos gerais, o primeiro se dirige principalmente ao si, enquanto o segundo (o dinamismo total) se volta ao mundo. Ambos fazem referência à liberdade incontaminada e à libertação do si e do mundo como expressão da natureza de Buda. A expressão “dois aspectos de uma mesma realidade da subjetividade” deve ser entendida, acredito, como significando que, seja a ênfase colocada no si ou no mundo, o “lugar” onde a natureza de Buda se expressa está, em última instância, localizado no si, que é inseparável do mundo. Caso contrário, voltaríamos ao dualismo de sujeito e objeto, o que não pode ser a intenção de Kim.
Se aceitarmos provisoriamente essa “declaração ampla” de que o esforço se refere mais ao si e o dinamismo mais ao mundo, onde isso nos deixa com nosso terceiro termo, atividade incessante? Novamente referindo-se a Kim, atividade incessante é “a dinâmica universal inerente a toda a realidade”. Assim, atividade incessante parece ser o mais abrangente dos três termos. Certamente, o fascículo sobre atividade incessante constitui um dos mais longos e substanciais do Shōbōgenzō, enquanto o fascículo sobre dinamismo total é bem curto e não há um fascículo separado sobre esforço total.
