Absoluto (Le Saux)
Saux1991
O Absoluto é liberdade, por definição mesmo. O Absoluto, é o que nada liga, o que está só e totalmente senhor de si. (SHMC, p. 193.)
O pecado, é a recusa de um «ab-soluto» de entrar em comunhão com outros «absolutos» e portanto com o Absoluto supremo que é Deus. (SHMC, p. 197.)
O mistério de absoluto que comportam a consciência e a pessoa do homem obriga a colocar um tempo pessoal que, mesmo se compondo com o tempo do universo, não lhe é menos transcendente. (SHMC, p. 199.)
O Absoluto, Deus, se manifesta em tudo; tudo deve portanto ser feito com a perfeição que convém à obra divina. (SHMC, p. 212.)
Deus, o Absoluto, está em tudo, como acabamos de dizer. Nada porém é Deus, nada é o Absoluto. (SHMC, p. 213.)
Embora o Absoluto não seja realizável no tempo e que o tempo mesmo esteja sempre em movimento e evolução até seu cumprimento no eschaton, acontece que o Absoluto deve de qualquer modo se encarnar de fato em algo num momento dado. Não é possível ao homem permanecer sem agir, como diz a Gîtâ. (SHMC, p. 213-214.)
Sofrimento, dor e alegria, velhice, nascimento e morte, tudo isso pertence ao nível do mundo fenomênico, sem ser por isso imaginação ou ilusão; todas essas coisas são evidentemente verdadeiras, mas em seu próprio nível. Há no homem outro nível, o do Absoluto, do permanente. (Iniciação à espiritualidade dos Upanishads, p. 75.)
O Si mesmo foi descoberto, subitamente o homem se descobre então no mundo de brahman, no mundo do Absoluto. (Iniciação à espiritualidade dos Upanishads, p. 76.)
O monge (sâdhu) está no meio dos homens como o sinal simples da divina Presença, a testemunha do Absoluto e do Mistério que está além de todos os sinais, um lembrete a todos de que o homem é antes de tudo um Mistério de interioridade. (Iniciação à espiritualidade dos Upanishads, p. 170.)
O drama está então entre a fé cristã e as novas exigências do Absoluto. A fé cristã se diz em posse do Absoluto: já que há uma verdadeira criação, uma verdadeira encarnação do Filho de Deus num tempo e lugar dados, as fórmulas dogmáticas da Igreja, assim como suas leis institucionais e suas interpretações da lei moral, ligam o homem com a força mesma do Absoluto. Essa Igreja é o caminho absolutamente único para o Absoluto. (ÏR, p. 131.)
O homem não ousa se aceitar como Absoluto. Então ele transfere esse Absoluto para Deus! Que alívio! Sim, transferência do que é im-portável em si. (27.1.67; A Subida ao Fundo do Coração, p. 354.)
Jesus se reconheceu Filho de Deus, além de todos os devas, de seu ser e do universo — de sua religião também. E nessa prati-abhijnnâ (re-conhecimento) ele reconheceu YHWH em sua real grandeza. Entrou voluntariamente nas instituições sociais e religiosas de seu povo, mas nunca aceitou seu vínculo absoluto. Morreu por isso no plano da natureza. Mas essa mesma morte foi sua vitória. (12.10.68; A Subida ao Fundo do Coração, p. 367.)
Eu só tenho uma mensagem, a mensagem do Absoluto. É essa mesma mensagem que Jesus e todos os videntes ensinaram: o face a face com a morte, Yama, com Deus. A nudez total desse face a face — na pâpa na punyam (sem mais nem mal nem bem). (A Subida ao Fundo do Coração, p. 406.)
A morte, o Absoluto, Deus, enfim desalienam. (25.7.71; A Subida ao Fundo do Coração, p. 407.)
