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Transcender (Le Saux)

Saux1991

Só no transcender de tudo que posso chamar meu que saboreio, além de todo sentido de mim, essa profundidade última de mim mesmo. (SHMC, p. 233.)

É precisamente no transcender do que há de mais elevado no homem, daquilo que já aparecia como a suprema superação de si, que se situa a fé. (SHMC, p. 263.)

Não há mais alegria própria para quem passou à visão do ser e contempla a luz interior. Pois não há mais um eu para desfrutar e se alegrar — nem tampouco para sofrer — com qualquer coisa. Há apenas uma alegria, a Alegria do Ser, a alegria de Ser em Si, “Deus tudo em todos”, em Si. (Gnanananda, p. 128.)

Que importam afinal o local de nascimento e as circunstâncias variáveis da existência para quem escolheu — ou melhor, recebeu — não ser mais na terra senão um sinal , seu si mesmo, seu eu, tudo que o individualizava aos olhos dos homens está agora consumido na experiência devoradora Daquele que Só É. (Memórias de Arunachala, p. 148.)

A vida não é senão ascensão, a vida não é senão passagem, uma Páscoa.

Apenas o tempo de pisar. Sempre partir novamente. Além.

O homem só vive em seu transcender.

Ele só se alcança perdendo-se. (Iniciação à Espiritualidade dos Upanishads, p. 31.)

Além dos mitos e palavras necessários sem dúvida no início, o homem só pode alcançar o Mistério originário num transcender de todos os quadros conceituais, um transcender que não será porém um retorno ao tohû-bohû primordial onde o pensamento cegado pela luz excessiva só percebe trevas, mas a descoberta da unidade, da correspondência — a Upanishad de todos os planos na luz de um sol interior agora no zênite. (Iniciação à Espiritualidade dos Upanishads, p. 119.)

Não há rito de passagem para o além do rito, não há rito para alcançar além do dharma — o ati-dharma. Não há passagem para o Atman, para si… se é, se desperta para si. (Iniciação à Espiritualidade dos Upanishads, p. 204.)

Quem tenta escapar da gravidade terrestre para se lançar nos espaços deve primeiro se apoiar nela. Que importa se chega um momento em que para o astronauta não há mais alto nem baixo, e as palavras perdem seu sentido? Só se pode transcender o que primeiro se alcançou, aquilo em que inicialmente nos apoiamos. (Interioridade e Revelação, p. 117.)

O risco sempre de tomar substitutos de experiência pela experiência. O caminho do kevala é terrível em sua nudez e o espírito dificilmente consentirá com esse absoluto transcender de si. Ele buscará por todos os meios se reencontrar ao longo do caminho, parar, voltar-se, descobrir algum alimento intelectual, esperando sempre escapar da marcha para o abismo. (Interioridade e Revelação, p. 136.)

Realização, iluminação (buddhatvam), satori, é “um” transcender, é “o” transcender. (17.7.52; A Subida ao Fundo do Coração, p. 71.)

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