Redescobrir o homem verdadeiro (Lin-tsi)
Hermes-Tchan O que importa para redescobrir o homem verdadeiro é libertá-lo de toda influência externa, de todo apego às coisas, de todas essas falsas ideias que interceptam o espírito como telas e o impedem de brilhar livremente: Adeptos, querem ver as coisas conforme a Lei? Não se deixem enganar por ninguém. Tudo o que encontrarem, fora e (até mesmo) dentro de vocês, matem-no. Se encontrarem o Buda, matem o Buda! Se encontrarem os patriarcas, matem os patriarcas! Se encontrarem os santos, matem os santos! Se encontrarem seus pais, matem seus pais! Se encontrarem seus parentes, matem seus parentes! Esse é o meio de se libertarem e escapar da escravidão das coisas (e dos seres); essa é a liberdade, essa é a independência!… Nenhum de vocês se expressa livremente; todos caem na armadilha vã armada pelos antigos. Eu não tenho nenhuma Lei para dar aos homens; apenas curo a doença e solto os laços. Tentem, adeptos que vêm a mim de todos os lados, não depender das coisas! Só peço para discutir com vocês. Há dez ou cinco anos que não encontro um único homem. Todos são como aqueles duendes silvestres que, como parasitas, se apoiam nas plantas e se agarram às folhas, como raposas demoníacas, larvas malignas que mordem indiscriminadamente todos os montes de excremento — bando de cegos que consomem indevidamente as esmolas dos fiéis, declarando: “Somos religiosos que deixamos a vida familiar…” (A. 66; Y. 110-111).
