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Lembra-se de uma citação de Tagore com a qual a saudei na primeira vez que me visitou?

“Se durante minha vida, em meu coração prezo a morte, a morte dará a vida eterna…” ]

Isso é o que poderíamos chamar de existencialismo espiritual. A Katha Upanishad diz: “É preciso alcançar a Existência pura (sat)”. Aquele que a realizou tem uma compreensão clara do que é a realidade. A existência é verdade além da vida e da morte . Na verdade, existes! E tua existência nada mais é do que uma manifestação do que é universal e transcendental.

Tua existência torna-se então unicidade (kaivalya), na qual os dois princípios do sâmkhya: Purusha, o plano do espírito, e prakriti, o plano da manifestação, existem. A espiritualidade não pode ser adquirida, só pode ser deduzida desses dois princípios.

Abre-te ao sol da Existência pura (sat), como um botão de flor se abre à luz, então a verdade se derramará em ti. A impaciência estraga tudo! “As estrelas, os sóis e as luas não têm impaciência. Silenciosamente, seguem o curso da Existência pura, e é isso que também faz o verdadeiro guru…”, diz um cântico bâül.

Ora, essa Existência pura, vivida com o coração plenamente aberto, em meio a todas as circunstâncias da vida, é o estado mesmo de sahaja — um estado no qual o espírito está liberto de toda dualidade. O espírito imobilizado conhece o que é sem começo nem fim, o que é livre em sua essência.

O sahaja é um yoga como todos os outros. Ele é um caminho que conduz aquele que o segue a descobrir aquilo com que nasceu — o “Homem”, ou seja, o “ser puro” que está sentado no trono no templo do coração.