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Muhasibi (857) – Amor

MSRMI

Quando o amor se estabelece no coração de um servo, não há espaço para a lembrança de homens, demônios, Paraíso ou Inferno, nem para nada além da recordação do Amado e de Sua graça. O amor a Deus, em sua essência, é verdadeiramente a iluminação do coração pela alegria de sua proximidade com o Amado, pois o amor, na solidão, ergue-se triunfante e o coração do amante é tomado pela consciência de sua comunhão com Ele, e quando a solidão se combina com o íntimo relacionamento com o Amado, a alegria desse relacionamento inunda a mente, de modo que ela já não se preocupa com este mundo e o que nele há.

Àquele a quem Deus colocou na categoria de Seus amantes, Ele concede a Visão de Si mesmo, pois jurou, dizendo: “Pela Minha glória, mostrar-lhe-ei Meu Rosto e curarei sua alma pela Visão de Mim”. Os corações desses amantes estão cativos no santuário oculto da divina bondade amorosa: são distinguidos por seu conhecimento da revelação da Majestade Divina, sendo transformados pela alegria da Visão, na contemplação do Invisível e da Glória envolvente de Deus, e deles são removidos todos os obstáculos, pois percorrem o caminho da amizade com Deus e são transportados para o jardim da Visão, e seus corações habitam nessa região, onde veem sem olhos, estão na companhia do Amado sem contemplá-Lo e conversam com um Amigo Invisível.

Essa é a descrição dos amantes de Deus, que praticam a justiça, que são dotados de sabedoria celeste, que vigiam tanto de dia quanto de noite, puros em todos os seus pensamentos, aqueles a quem Deus preparou para Seu serviço, a quem Ele preservou com Seu cuidado, a quem Ele investiu com Sua própria autoridade. Eles servem continuamente Àquele a quem pertencem os céus e a terra; estão plenamente satisfeitos, pois vivem a vida boa, sua bem-aventurança é eterna e sua alegria se aperfeiçoa, e possuem um tesouro eterno dentro de seus corações, pois é como se contemplassem com o olho do coração a Glória que é invisível, e Deus é o objeto e o objetivo de suas aspirações. Quem conhece a Deus ama-O, e quem O ama, Ele faz habitar consigo, e aquele a quem Ele faz habitar consigo, em quem Ele habita, bendito é, sim, bendito.

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