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Muito mais adiante, no capítulo 47 (Futuhat), Ibn Arabi retorna para enfatizar o que torna a “jornada espiritual” (suluk) tão particular e inseparável da condição humana: trata-se da oportunidade única, e também do fardo, da escolha moral e da responsabilidade. O peregrinar humano—assim como o dos jinn—é único em toda a criação, pois ocorre simultaneamente em duas dimensões: Pois eles são chamados (por Deus) para essa jornada, e portanto viajam tanto para cima (‘uluwwan, ou “nos planos espirituais superiores”), ao responderem ao Chamado transmitido por meio da prescrição divinamente revelada (al-da‘wa al-mashru‘a, que é o amr taklifi, o “mandamento divino para a responsabilidade espiritual”); quanto para baixo, ao responderem ao “Mandamento de Existência” divino (amr iradi ou takwini). E fazem isso sem saber (seu destino e estação últimos) até que a Vontade divina tenha sido cumprida.

Portanto, a jornada de cada indivíduo, entre os jinn e os humanos, termina na estação conhecida (por Deus) (37:164) para a qual esse indivíduo foi criado—sejam os bem-aventurados ou os atormentados entre eles (11:105). Mas todo ser, exceto por eles, já nasce em sua estação e, por isso, não se pode propriamente dizer que “viaja” até ela.