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Thich Nhat Hanh (TNHN) – Nagarjuna, oito negações (0)

Não nascido e imortal,

nem permanente nem aniquilado,

nem o mesmo nem diferente,

nem vindo nem indo-

o Buda proclama, assim, a co-ocorrência condicionada

que põe fim a toda especulação.

Eu me curvo diante dele,

o supremo e excelente mestre. Esses versos introduzem todo o tratado e apresentam a quintessência de seus ensinamentos. Nāgārjuna nos dá, nas primeiras quatro linhas, o que chamamos de oito negações. Ele faz isso com o objetivo de remover oito noções do que não é real: nascimento, morte, permanência, aniquilação, mesmice, diferença, ir e vir. Não somos capazes de tocar a verdade porque essas oito noções estão presentes em nossa mente. Acreditamos que há nascimento e morte, permanência e aniquilação, igual e diferente, ir e vir e, por causa disso, nossa visão da realidade fica distorcida. É por isso que o Buda teve que encontrar maneiras hábeis de remover essas noções de nossas mentes.

As oito negações expressam os ensinamentos sobre a vacuidade (śūnyatā). Antes da época de Nāgārjuna, a vacuidade havia sido ensinada pelo Buda Śākyamuni. Embora esses ensinamentos tenham sido refinados pelos escritos de Prajñāpāramitā, eles ainda não haviam sido sistematizados. Nāgārjuna foi a primeira pessoa a fazer isso. Depois dele, vieram Āryadeva e outros, incluindo Candrakīrti. Assim, o Buda proclama o surgimento conjunto condicionado

que põe fim a toda especulação. Se pudermos oferecer esses ensinamentos sobre o surgimento conjunto condicionado em termos das oito negações, então seremos capazes de pôr um fim hábil a toda especulação. Especulação refere-se a ensinamentos e doutrinas que não nos levam a lugar algum. A vã especulação metafísica não traz nenhum benefício real para nossa vida. Eu me curvo diante do Buda,

o supremo e excelente mestre.

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