Rumi (1273) – Mar do Espírito
MSRMI
A cada instante, a voz do Amor ressoa de um lado a outro; seguimos em nossa jornada para o céu—quem desejaria olhar para algo ao longo do caminho? Em outro tempo, nossa morada estava nos céus, lá estávamos em companhia dos anjos. Retornemos àquela habitação, ó Senhor, pois ali é nossa verdadeira morada. Somos superiores aos céus e maiores que os anjos—por que não avançamos além deles? Nosso caminho nos leva à visão da glória de Deus.
De onde vem este mundo terreno, de onde vem a joia pura? Embora tenhamos descido a este lugar, apressemos-nos a voltar—que lugar é este? A ventura da juventude nos fortalece; entregar nossas vidas é nosso propósito. A onda de “Não sou Eu vosso Senhor?” chegou e despedaçou o recipiente do corpo; quando o recipiente for destruído novamente, eis a oportunidade para alcançar a união.
Os mortais, como aves aquáticas, nascem do mar do espírito—por que uma ave que se elevou desse mar faria sua morada aqui? Mas somos pérolas nesse oceano, cada um de nós tem seu lugar nele—caso contrário, por que onda após onda viria do mar do espírito? Este é o momento de alcançar a união, o tempo de chegar à beleza da imortalidade, o instante de nos aproximarmos e recebermos dádivas—este é o oceano da pureza absoluta.
A onda das dádivas surgiu, o Trono de Deus elevou-se do mar, a aurora da felicidade despontou. Seria a aurora? Não, é a luz de Deus. A luz divina dá brilho à luz dos sentidos—esse é o significado da Luz sobre Luz. A luz dos sentidos nos atrai para a terra; a Luz de Deus nos conduz para as alturas.
