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Rumi (DST) – Volta e voa

JALALUDDIN RUMI — DIWAN DE SHAMS-I-TABRIZ

Excerto da tradução de José Jorge de Carvalho, “Poemas Místicos” Volta e voa Não deve a alma ascender quando o sopro gentil da fonte onipotente convida-a para voar?

Não deve o peixe deslizar, ao ouvir o chamado das ondas, da praia para o mar?

Não deve o falcão abandonar a caça, ao ouvir o toque do tambor que o chama de volta para junto de seu rei?

Não deve o sufi dançar como partícula diminuta em torno do sol eterno e salvar-se do declínio?

Tanta beleza e graça, tanta entrega de vida. Não responder a esse chamado é perder-se na dor e no infortúnio.

Volta, então, voa para casa, com as plumas abertas de tuas asas, abandona agora teu cárcere.

Troca teu poço estagnado pela torrente da água da vida. Sai do átrio para o lugar de honra da alma. Segue em frente, que também estamos indo do mundo do exílio ao mundo da união.

Por quanto tempo ainda encheremos os bolsos com areia e pedras, como crianças? Livremo-nos desta terra e alcemos voo. Deixemos para trás todo ato infantil, e sentemo-nos enfim à mesa dos homens.

Vês como foste capturado pelo molde terrestre? Rompamos a casca e ergamos a cabeça. Toma esta carta de amor na tua mão direita. Não és mais a criança: distingue direita e esquerda!

Disse Deus ao arauto da razão: “Vai!” E para a mão da morte, ordenou: “Castiga os desejos do mundo”.

A alma ouve o chamado: “Vai ao mundo do não-visto!” Recolhe os bens e os ganhos e não lamentes mais tua dor.

Grita e reclama tua realeza. Tua graça há de ser a resposta obtida, e o conhecimento revelado na pergunta que fizeste.

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