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Naquela época, me contaram a famosa história do homem que cai. Ele está pendurado acima de um abismo, agarrando-se a um galho fino de uma árvore que cresce entre as rochas. Pode, com algum esforço, conseguir se puxar para cima, mas há um tigre feroz ali, rosnando e mostrando os dentes. Se ele soltar, cairá nas garras de outro tigre esperando abaixo. E enquanto fica pendurado e preocupado, dois ratos aparecem, um rato branco e um rato preto, e começam a roer o galho, sua única segurança. Qualquer pessoa que “estuda” Zen, em algum momento, se encontrará em uma posição semelhante. Tem certeza de que precisa fazer algo, abrir mão de algo. Não pode se recusar a agir porque a posição em que se encontra é desastrosa. Mas qualquer coisa que fizer não melhorará a situação. E enquanto hesita e se preocupa, os ratos de “sim” e “não”, “isto” ou “aquilo”, “bom” e “ruim” vão roendo.

Não é uma história ruim, mas até com histórias é preciso ter muito cuidado. Alguns homens são colecionadores profissionais de histórias. Conheci um deles, um escritor, que acumulava avidamente mais e mais histórias, anedotas, trechos intrigantes. Dessa forma, tudo o que se terá será um livro cheio de piadas.