Silburn (LSKundalini:17-18) – Kundalini
O despertar da kundalini é, de certa forma, o despertar da energia cósmica que está latente em todo ser humano, sendo essa energia a fonte de todos os poderes, de toda a força e de todas as formas de vida de que ele é capaz.
A ioga associada à kundalini não é uma prática secundária; ela preside o despertar, o domínio e a aplicação dessa energia fundamental. Portanto, faz parte de um sistema completo de energia, do qual a kundalini, sob vários nomes, abrange todas as manifestações de forma concreta e viva.
Como energia consciente, a kundalini está na origem das duas correntes que governam a vida: prāna, energia vital, e vīrya, eficiência viril no sentido mais amplo, a primeira enfatizando o aspecto desabrochado da energia e a segunda, sua intensidade adamantina. Essas são as duas manifestações da vitalidade profunda (ojas) da qual emanam antes de se fundirem em uma única energia com um sabor único (sāmarasya), a beatitude inerente à fusão da vida instintiva com a vida interior e mística. Assim, vīrya, poder em ação, abrange todas as formas de eficiência e anima todo o fervor, seja ele amoroso, artístico ou místico.
A ioga da kundalini, portanto, completa o caminho da energia, o caminho superior e completo defendido pelo sistema Kula, mas, como diz respeito ao corpo, também faz parte do caminho inferior, ou individual 1).
Como as práticas tântricas visam despertar e dominar a kundalini, o verdadeiro significado do tantrismo não pode ser compreendido sem um conhecimento real da kundalini.
