Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria da inspiração divina no verbo de Seth §11
Quando o Profeta compara a função profética a um muro de tijolos quase terminado e onde só faltaria um tijolo, ele identifica-se ele-mesmo a este tijolo.1) Logo ele só viu, como o afirma, o lugar de um único tijolo a ser preenchido. Ora, o Selo dos santos terá uma visão análoga; somente, ele perceberá, nisso que o Profeta simbolizou por um muro inacabado, o lugar de dois tijolos a preencher; os tijolos dos quais o muro é construído lhe aparecerão de ouro e de prata, e os dois tijolos faltando ainda para completar a construção serão um tijolo de ouro e um tijolo de prata; e o Selo dos santos verá a si-mesmo corresponder ao lugar que deverão ser preenchidos este dois tijolos para completar o muro. A razão pela qual ele se vê sob a forma de dois tijolos é que ele adere exteriormente à lei dada pelo selo dos enviados — o que corresponde ao tijolo de prata — e que ele busca interiormente em Deus aquilo mesmo que, segundo sua forma aparente, apresenta-se como uma adesão à lei que o precedeu; pois ele vê necessariamente a ordem divina (al-amr) tal qual é — e é isto que corresponde ao tijolo de ouro, símbolo de sua natureza interior — posto que o Selo dos santos busca da mesma fonte onde buscou o Anjo que inspirou o enviado de Deus2). Se compreendes isto a que faço alusão, atingistes a ciência plenamente eficaz.
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