Arberry1979

Rumi demonstrava um surpreendente desprezo por sua própria poesia. Em certa ocasião, ele comentou: “Sou tão afetuoso que, quando esses amigos vêm até mim, por medo de que se cansem, recito poesia para que se ocupem com isso. Caso contrário, o que tenho eu a ver com poesia? Por Alá, não me importo com poesia, e não há nada pior aos meus olhos do que isso. Tornou-se uma obrigação para mim, como quando um homem mergulha as mãos em vísceras e as lava para saciar o apetite de um convidado, porque o apetite do convidado é por vísceras.”

A modéstia do poeta, enraizada em uma meticulosa pureza ascética, não deve afetar nosso julgamento. Em Rumi, encontramos um dos maiores poetas do mundo. Pela profundidade de seu pensamento, pela inventividade de suas imagens e pelo domínio triunfante da linguagem, ele se destaca como o supremo gênio do misticismo islâmico. Ele convida e merece um estudo atento e aprofundado, conduzido por uma sucessão de estudiosos dedicados, cujas investigações combinadas enriquecerão enormemente nossas primeiras tentativas hesitantes. À medida que sua poesia se torna mais amplamente conhecida e perfeitamente compreendida, futuras gerações desfrutarão e aplaudirão, com crescente percepção e entusiasmo, os poemas desse homem sábio, perspicaz e de santidade incomparável.