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Bistami – Ditos 350-399

BistamiD

O asceta diz: “Como eu faço?”, e o iniciado diz: “Como Ele faz?”.

A esperança do asceta: prodígios aqui embaixo; as estações no além. A esperança do iniciado: a perenidade da fé aqui embaixo; a graça concedida às criaturas no além.

Teu afastamento é Tua proximidadeTu me arrebataste e me investiste de Teu espírito

Os atributos entre nós não discernem

Sou chamado e é a Ti que se busca. — O que você ouviu de mais marcante nas lições de seu amigo ‘Abd Rahîm?— Ele disse: “Permaneça impassível, esteja você apoiado em um leão ou em uma almofada.”

— Seu amigo, assim como nós, não terá feito nada enquanto não se apoiar no Verdadeiro e não vir nada além Dele. Alguém bateu à porta de Abû Yazid:— Quem você procura?

— Abû Yazid.

— Vá! Só há Deus Glorioso e Sublime na casa.

Caro ao coração de Teus santos! A graça provém de Ti, assim como o acréscimo.

Quarenta anos, eu era a sentinela do coração. Assim, em vigília, descobri que meu eu era o Senhor e que o Senhor era o servo.

Os sufis são crianças no regaço do Verdadeiro.

O asceta se preocupa em não se alimentar; e o iniciado se preocupa com aquilo de que se alimenta.

Meu Deus, Tu criaste esses seres sem que eles soubessem e os ligaste à sua fé sem que eles quisessem, se Tu não os ajudares, quem então os ajudará?

Eles se reuniram em torno de Abû Yazid. Depois de abaixar a cabeça por um longo tempo, ele a ergueu de repente e lhes disse:— Desde que estão ao meu redor, tal é o pensamento que ocupa minha mente: estou à procura de um grão podre, que eu lhes revelaria, para que vocês pudessem suportar o fardo. Mas não encontrei.

Está cheio de orgulho o servo que crê que um mal maior pode emanar de outro que não ele.

Um homem veio a Abû Yazid e disse:— Aconselha-me!

— Olhe para o céu.

Ele olhou. Abû Yazid disse:

— Você sabe quem criou isso?

— Deus.

— Quem o criou te observa onde quer que você esteja. Tema-O.

Alguém enviou um tapete; acrescentou ao seu presente estas palavras: “Ore sobre ele à noite.” Abû Yazid escreveu-lhe em resposta: “Reuni as orações dos povos que habitam os sete céus e as sete terras e com elas enchi um travesseiro que coloquei sob minha face.”

Lutei por trinta anos e não encontrei combate mais desafiador do que a aquisição da ciência. Teria perseverado nessa via, não fosse a controvérsia dos sábios, a qual é benéfica, exceto no que concerne ao isolamento diante da unidade radical.

Não se conhece a si mesmo quem tem a concupiscência como companheira.

O paraíso não tem nenhuma chance de seduzir os amantes, os quais estão inteiramente entregues ao seu amor.

O conhecimento para a essência do Verdadeiro é uma ignorância. E a ciência para a verdade do conhecimento é um delito. E quem se expressa por alusão corre o risco de restaurar o paganismo.

Bendito seja aquele cuja preocupação é única, e que não sobrecarrega seu coração com o que seus olhos viram, o que seus ouvidos ouviram. Quem conhece a Deus renuncia a tudo o que o desvia Dele.

Há servos de Deus que, se Ele se ocultasse deles por um piscar de olhos e lhes fossem dados todos os Jardins, não lhes importaria. Como então confiariam neste mundo inferior e em seus ornamentos?

— A quem implorar socorro para firmar sua oração?— A Deus, se você O conhece.

Por Ti, eu Te designo. E por Ti, eu chego a Ti.

Umm ‘Ali, uma moça de alta linhagem, decidiu ceder ao seu esposo Ahmad dez mil dinares de seu dote, com a condição de que ele a levasse até Abû Yazid. Ele a levou. Ela entrou e sentou-se diante dele, cobrindo o rosto. Ahmad lhe disse:— Eu vi em você algo estranho: você desvelou seu rosto diante de Abû Yazid.

— É que, ao olhá-lo, perco aquilo pelo qual o destino me favoreceu. E quando te olho, me reencontro tal qual sou.

Ao sair, Ahmad disse a Abû Yazid:

— O que você me recomenda?

— Aprenda o espírito cavalheiresco com sua esposa. — Abû Yazid, vi algo extraordinário.— Infeliz, o que você viu?

— Vi seu soluço transpassar os véus e alcançar a Deus.

— Infeliz, o soluço perfeito, quando ocorre, não tem véu para passar. — Abû Yazid, o que pode velar o iniciado de Deus?— Infeliz, que outra coisa pode velar aquele de quem ele é o véu?

Quem escuta os homens e fala com eles, Deus lhe concede estar na confiança de seu Senhor.

Senhor, faze-me compreender quem Tu és, não posso compreendê-lo senão por Ti.

O asceta sincero, você o encontra, você o teme; você se separa dele, você o lamenta. E o iniciado, você o teme quer o encontre ou se separe dele.

Prefiro que me digam: “Por que você não fez?”, do que: “Por que você fez?”.

A fome é uma nuvem. Quando o servo tem fome, o coração lhe prodigaliza uma chuva de sabedoria.

Interrogado sobre a palavra do Altíssimo: “Nós somos de Deus e a Ele retornaremos”, ele disse: — Quando você diz: “Nós somos de Deus”, você reconhece que a posse é de Deus; e quando você diz: “a Ele retornaremos”, você reconhece o que lhe pertence.

Yahya ibn Mu’âdh escreveu a Abû Yazid: “Estou bêbado de tanto beber na taça de Seu amor.” Abû Yazid enviou-lhe esta resposta: “Você estava bêbado, mas não bebeu nada quando chegou sua vez de beber. Outro que você bebeu os mares dos céus e da terra e ainda não se saciou; sua língua pende e ele diz: ‘Mais!’”

Os santos de Deus estão ocultos com Ele no véu da intimidade. Como as jovens guardadas em casa, ninguém as vê nem neste mundo, nem no além, senão os poucos próximos para quem a visita é lícita. Quanto aos outros, só as veem envoltas em seu véu; na verdade, eles só veem o véu.

— O servo conseguiria alcançá-Lo em uma única hora?— Sim, e ele percebe o benefício, mas o ganho é na medida da viagem.

Eles só O invocam na distração e só O servem intermitentemente.

Não me separes de Ti por Ti mesmo.

As criaturas mais distantes de Deus são aquelas que O sugerem melhor.

— Quem é o homem excepcional?— É aquele que não precisa que você lhe oculte nada do que Deus sabe sobre você.

Mais próximo de Deus, mais amplo para Suas criaturas.

Ele só transporta seus presentes em montarias dóceis, domadas.

Ah! Se as criaturas tivessem me conhecido! Isso lhes teria bastado.

Fique atento, um instante virá em que você não verá ninguém além Dele no céu, ninguém além de você na terra.

Eu havia olhado para Deus com o olho da ciência certa, depois que Ele me afastou de tudo o que não é Ele e me iluminou com Sua luz. Ele me mostrou as maravilhas de Seu mistério. Ele me mostrou Seu Ser e eu olhei por Seu Ser meu ego, o qual desapareceu. Olhei minha luz por Sua luz, minha glória por Sua glória, meu poder por Seu poder. E vi meu ego por Seu Ser, e minha grandeza por Sua grandeza, e minha dignidade por Sua dignidade. Eu O vi com o olho do Verdadeiro e Lhe disse:— Quem é este?

Ele disse:

— Este não sou Eu nem outro que Eu, não há deus senão Eu.

E Ele mudou meu ego por Seu Ser. Ele fez meu eu desaparecer em Seu Ser e me mostrou Seu Ser sozinho que eu vi por Seu Ser. Olhando o Verdadeiro pelo Verdadeiro, vi o Verdadeiro pelo Verdadeiro, e permaneci no Verdadeiro pelo Verdadeiro por um tempo em que me encontrei sem fôlego, nem língua, nem ouvido; eu estava sem saber e Deus criou em mim um saber vindo de Sua ciência, e uma língua proveniente de Sua graça, e um olho emanando de Sua luz. E eu O olhava por Sua luz, e eu sabia por Sua ciência, e eu me confiava a Ele na língua de Sua graça. E eu disse:

— Como está Tu?

Ele disse:

— Eu sou teu por ti, não há deus senão tu.

Eu disse:

— Não me engane por meu próprio eu. Eu não estaria satisfeito Contigo se eu passasse por mim e não por Ti; mas eu estaria satisfeito Contigo se eu passasse por Ti e não por mim.

Ele me concedeu o benefício de Sua presença sem passar por mim. E eu me confiava a Ele sem passar por mim. Eu disse:

— O que tenho me foi concedido por Tua mão generosa, ó minha esperança.

Ele disse:

— A você cabe se submeter ao Meu comando e à Minha proibição.

Eu disse:

— Que tenho eu a ver com Teu comando e Tua proibição?

Ele disse:

— O elogio que Te dirijo está em Meu comando e Minha proibição. Eu te parabenizo por teres aceitado Meu comando. E Eu te amo por teres respeitado Minha proibição.

Eu disse:

— Ao me parabenizar, és a Ti mesmo que parabenizas; e quando Culpas, não pode ser senão a Ti o objeto da culpa, ó minha esperança, esperança em minhas calamidades, remédio para meus infortúnios. Tu és o que comanda e o que é comandado; não há deus senão Tu.

Ele silenciou. Eu soube que Seu silêncio era Seu consentimento. Então ele disse:

— Quem te ensinou?

Eu disse:

— Aquele que pergunta é mais sábio do que aquele que é interrogado. Tu és Aquele que responde e Aquele a quem Tu respondes, Aquele que pergunta e Aquele que é interrogado. Não há deus senão Tu.

Ele me dispensou de Sua prova. E eu fiquei satisfeito com Ele por Ele e Ele ficou satisfeito comigo por Ele: eis-me, então, sendo por Ele enquanto Ele permanecia Ele, não há deus senão Ele. Então Ele me iluminou com a luz da essência; e comecei a Olhá-Lo com o olho da graça. Ele disse:

— Peça o que quiser da Minha graça, Eu te darei.

Eu disse:

— Prefiro-Te à Tua graça, à Tua generosidade. Estou satisfeito Contigo por Ti. É a Ti que chego. Não me proponhas nada mais. Vem a mim sem nada além de Ti. Não me seduzas por Tua graça, Tua generosidade, Teu favor. A graça provém de Ti para sempre e a Ti retorna. Tu és Aquele que promete e a coisa prometida, Aquele que deseja e a coisa desejada, a qual se desprendeu de Ti. Do mesmo modo a pergunta se desprendeu de Ti por Ti.

Ele ficou muito tempo em silêncio. Então ele me respondeu:

— O que você disse é verdade, verdade o que você ouviu, verdade o que você viu, verdade o que você autenticou.

Eu disse:

— Com certeza. Tu és o Verdadeiro, e pelo Verdadeiro se percebe o Verdadeiro. Tu és o Verdadeiro e pelo Verdadeiro se autentica o Verdadeiro. E é ao Verdadeiro e pelo Verdadeiro que se ouve o Verdadeiro. Tu és Aquele que ouve e Aquilo que se ouve. Tu és o Verdadeiro e Aquilo que é autenticado. Não há deus senão Tu.

Ele disse:

— Você não é nada senão o Verdadeiro. Pelo Verdadeiro, você falou.

Eu disse:

— Tu és o Verdadeiro. Tua palavra é verdadeira. E o Verdadeiro por Ti é verdadeiro. Tu és Tu, não há deus senão Tu.

Ele me disse:

— E você, o que é?

Eu Lhe disse:

— E Tu, o que és?

Ele me disse:

— Eu sou o Verdadeiro.

Eu disse:

— Eu sou por Ti.

Ele disse:

— Se você é por Mim, Eu sou você e você é Eu.

Eu disse:

— Não me enganes por Ti sobre Ti. Certamente, Tu és Tu, não há deus senão Tu.

E quando fui em direção ao Verdadeiro e permaneci com o Verdadeiro pelo Verdadeiro, Ele criou para mim as asas da glória e da magnificência. Vooei com minhas asas. Mas não pude alcançar o limite de Sua glória e de Sua magnificência. Chamei-O para que o socorro viesse Dele, por Ele, a fim de suprir minha incapacidade de estar com Ele senão por Ele. Ele me olhou com o olho da prodigalidade. Ele me fortaleceu com Sua força; Ele me adornou; Ele me coroou com o diadema de Sua nobreza; Ele me isolou em Sua solidão e Sua unicidade; Ele me fez carregar Seus atributos que Ele jamais compartilha. Então Ele me disse:

— Seja único em Minha unicidade, solitário em Minha solidão; erga sua cabeça coroada com o diadema de Minha nobreza; seja altivo em Minha glória, majestoso em Minha Onipotência; vá às Minhas criaturas com Meus atributos: que Eu veja Meu Ser em seu eu. Assim, quem te veria Me veria; quem viesse a você viria a Mim. Ó Minha luz em Minha terra, Meu adorno em Meu céu.

Eu disse:

— Tu és meu olho em meu olho, minha ciência em minha ignorância. Seja Tua própria luz, mostre-Te por Ti mesmo. Não há deus senão Tu.

Ele me respondeu na língua do consentimento e disse:

— Como você é sábio, servo!

Eu disse:

— Tu és o Sábio e Aquilo que é sabido; Tu és o Solitário e o Único; Tu Te isolas em Tua solidão; Tu és Único em Tua unicidade. Não me desvies de Ti por Ti.

E Ele me dispensou de Sua prova em Sua solidão e por Sua unicidade em Sua unicidade. E eu permaneci junto a Ele, sem me isolar em Sua solidão. Permaneci com Ele por Ele. Ele aniquilou meus atributos em Seus atributos, e destituiu meu nome por Seu nome, e apagou minha anterioridade por Sua anterioridade, e minha posterioridade por Sua posterioridade. E eu O olhava em Sua essência, a qual não pode ser percebida por aqueles que descrevem, nem alcançada por aqueles que sabem, nem apreendida por aqueles que operam. E Ele me olhou com o olho da essência depois que meu nome foi destituído, que meus atributos, minha anterioridade, minha posterioridade, minha qualidade foram apagados. Ele me chamou por Seu nome, e me cognominou por Seu Ser e se confiou a mim em Sua unicidade. Ele disse:

— Ó Eu!

Eu disse:

— Ó Tu!

Ele me disse:

— Ó você!

E Ele me dispensou de Sua prova. Mal Ele me chamava por um de Seus nomes que eu O chamava pelo mesmo nome; mal Ele me atribuía um de Seus atributos que eu O retribuía. E fui cortado de toda coisa por Ele. Permaneci muito tempo sem espírito, nem corpo, como morto. Então Ele me reviveu depois de me ter feito morrer. E Ele disse:

— A quem pertence o reinado hoje? Como Ele me havia ressuscitado, eu disse:

— A Deus, o Um, o Irresistível.

Ele disse:

— A quem o nome?

Eu disse:

— A Deus, o Um, o Irresistível.

Ele disse:

— A quem o julgamento?

Eu disse:

— A Deus, o Um, o Irresistível.

Ele disse:

— A quem a escolha?

Eu disse:

— Ao Senhor Todo-Poderoso.

Ele disse:

— Eu te revivi com Minha vida e Concedo-te Meu reinado, e Te chamo por Meu nome, e Te deixo julgar por Meu julgamento, e Te convenço de Minha escolha e Te ponho em acordo com os nomes da soberania e os atributos da eternidade.

Eu disse:

— Não sei o que Tu queres. Eu era eu, Tu não tinhas consentido. Eu era Teu por Ti, Tu não tinhas consentido.

Ele disse:

— Não seja você nem Meu. Eu sou seu onde você não está. Seja, portanto, Meu onde você não está. E seja seu onde você já está, antes de ser Meu lá também.

Eu disse:

— Mas eu só posso agir assim por Ti.

Ele me olhou com o olho do poder. Ele me aniquilou por Seu ser e se manifestou em mim por Sua essência. Eu fui por Ele. E Ele interrompeu o diálogo íntimo. A palavra tornou-se uma. Tudo, em tudo, tornou-se um.

Ele me disse:

— Ó você.

Eu disse por Ele:

— Ó eu.

Ele me disse:

— Você é o solitário.

Eu disse:

— Eu sou o solitário.

Ele me disse:

— Você é você.

Eu disse:

— Eu sou eu. Se eu fosse eu enquanto eu, não diria: “Eu sou eu.” Mas como eu não sou eu, seja, portanto, Tu, Tu.

Ele me disse:

— Eu, Eu sou Eu: que Eu fale por Seu ego ou por Seu Ser, Minha palavra atesta a unicidade. Meus atributos são os atributos da soberania e Minha língua é a língua da unicidade. E Meus atributos testemunham que Ele é Ele, não há deus senão Ele. Tudo o que foi o foi por Seu ser tal como terá sido. E tudo o que será por Seu ser, o será como será. Meus atributos são os da soberania, Minhas alusões são as da eternidade, e Minha língua é a da unicidade. Interrogado sobre o que distingue o amante de Deus, ele disse:— Inclinado ou prostrado, o amante de Deus está preocupado. E se não pode mais, relaxa na invocação verbal e no louvor. E se não pode mais, conforta-se na invocação mental. Enquanto Deus concede àquele que Ele ama uma prodigalidade igual à do mar, uma solicitude igual à do sol, uma humildade igual à da terra. — Instrui-me antes que eu parta.— Abu Mûsa, saiba que o ensinamento dos homens não é esse. Ouça este relato de minha mãe: ela estava grávida de mim; apresentavam-lhe uma tigela de comida lícita, sua mão se estendia e demorava; diante de uma tigela de comida proibida, sua mão não se estendia. Tire ensinamento desta história e vá.

Fui ao deserto e vi (tinha chovido) uma pastagem na qual meu pé afundava como em um canteiro de neve.

Os peregrinos giram em torno do Templo e clamam pela perenidade. Os fiéis do amor giram em torno do Trono e chamam ao encontro.

Meu Deus, que aquele que me alcançar por seus atos ou em palavra seja coberto por Tuas felicidades como quando o vento se levanta e o vale se cobre de neve.

Quem retorna à morada do eu não está mais disposto a invocar a menor aspereza.

Vendo belas maçãs vermelhas, Abû Yazid disse:— Que boas frutas!

Uma voz o interpelou:

— Abû Yazid, você não tem vergonha de colocar meu nome em uma fruta?

Depois disso, ele não conseguiu se lembrar do nome do Altíssimo por quarenta dias.

Ele disse:

— Meu Deus, Tu me advertiste: não tocarei mais nas frutas de Bistam enquanto viver.

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