sufismo:morris-rh-safara-safar

Morris (RH) – Safara/safar

MorrisRH

Curiosamente, essa raiz árabe específica, que mais tarde se tornou a expressão islâmica clássica para a jornada espiritual (tanto no sufismo quanto em outras tradições contemplativas muçulmanas), ocorre apenas doze vezes no Alcorão. Na verdade, apenas oito desses versos referem-se diretamente à viagem, sendo que cinco deles tratam de questões jurídico-religiosas, como a obrigação do jejum para aqueles que estão em jornada.

Uma característica distintiva dessa utilização corânica, que também ajuda a explicar a relativa relutância de Ibn Arabi em empregar esse termo, é que—ao contrário das raízes sara e salaka—ele sempre remete primariamente a algo que os seres humanos fazem por si mesmos, como um produto de seus propósitos e intenções limitados. Como veremos, o foco semântico específico desse termo nos objetivos e intenções conscientes, mesmo em contextos supostamente espirituais, restringe significativamente sua adequação para expressar as ideias metafísicas e os tipos mais profundos de consciência espiritual que Ibn Arabi geralmente busca comunicar em suas discussões sobre a jornada espiritual.

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