CRPS

O temor ao Senhor conduz necessariamente ao terceiro estágio, zuhd, que pode ser traduzido como desapego ou renúncia ao mundo para entregar-se completamente a Deus. O sufi vê o apego a este mundo como a raiz de todo pecado, e o abandono do mundo como a origem de todo bem. No entanto, esse desapego não deve ser apenas externo, mas uma genuína renúncia do coração. Os sufis alertam contra o perigo da hipocrisia, de se tornar um adorador das aparências (zdhid i zdhirp arast). Esse aviso penetrou profundamente na alma persa, de modo que, por temor à hipocrisia, as classes instruídas hesitam em praticar sua religião publicamente, e essa reserva tornou-se quase uma inibição.

Mas o zdhid, cujas ações são guiadas pelos grandes princípios do Caminho, é aquele que “passou pelas sete cidades do amor, além de qualquer consideração sobre ser e não ser.” Ele está desapegado até mesmo de seu desapego e, ocupado unicamente com Deus, não dá atenção ao mundo nem à sua ilusão passageira.

Essa característica do caminho também é encontrada entre os cristãos. No entanto, no caso dos persas, não há dúvida de que viram um forte estímulo para essa vida de renúncia nas calamidades devastadoras que arruinaram seu país e ameaçaram a vida e a propriedade. É um aspecto do sufismo que hoje menos atrai os persas modernos, preocupados em estimular a economia e o progresso. No entanto, certamente se encaixa melhor nas circunstâncias do período islâmico da história persa do que na grandeza das dinastias persas anteriores.