Campanella em defesa da Magia (D.P.Walker)
Walker1988
Vemos agora em que consistiam as operações mágicas de Campanella em Roma, e sabemos que sua magia era baseada no De V.C.C. de Ficino. Suas defesas em favor dela e seus escritos mais gerais sobre astrologia e magia nos ajudam a conhecer melhor as teorias sobre as quais ela se baseava e, por conseguinte, sua verdadeira natureza. Enfrentamos aqui dificuldades de interpretação quanto às convicções religiosas de Campanella. Era essencial para a realização de seus projetos sobre o milênio que ele pudesse usar o poder da Igreja e, portanto, que pudesse continuar a fazer parte dela; mas há pouca dúvida de que a religião à qual ele converteria o mundo estava longe de ser ortodoxa. Consequentemente, em todas as suas obras que tratam de religião, Campanella se esforça simultaneamente para provar que é um bom católico e para propagar sua nova forma de religião pessoal. Isso inevitavelmente torna difícil determinar até que ponto, e em que medida, suas próprias opiniões religiosas eram ortodoxas — decidir, por exemplo, se seu arrependimento e sua renúncia aos erros do passado, expressos com um remorso tão eloquente no Quod Reminiscentur, são apenas ficção circunstancial ou se referem a uma verdadeira rejeição da magia diabólica, como suas experiências espíritas. Quanto à sua defesa da magia ficiniana, duvido que ele realmente a acreditasse isenta de comércio com demônios ou anjos; e, mesmo depois de adotá-la, continuou a ter uma forte inclinação por práticas mágicas que incluíam bons demônios, especialmente anjos planetários. Precisamos, portanto, ler todas as suas defesas, sem perder de vista que foram escritas principalmente por razões de conveniência prática, que, no entanto, muitas vezes foram neutralizadas por sua imprudência e audácia naturais. Ele era uma curiosa mistura de astúcia política e temeridade cândida. Campanella utiliza, ainda mais frequentemente que Ficino, a autoridade de Tomás de Aquino para defender sua magia astrológica; para Campanella, que vivia em um mundo pós-tridentino, essa autoridade era ainda mais importante. Ele beneficiava-se, ademais, do apoio dos comentários do Cardeal Caetano sobre a Summa theologica de Tomás, que defendem com audácia a legitimidade das previsões astrológicas e dos talismãs contra as condenações pronunciadas por Tomás. Assim, Campanella, em sua defesa, pode se valer ao mesmo tempo de Tomás e de seu comentador que o contradiz. Este uso de Tomás para defender as práticas que ele condena explicitamente talvez não seja tão estranho quanto parece à primeira vista. Tomás, no Contra gentiles e nos dois Opuscula que tratam de astrologia, apoia firmemente um determinismo astrológico moderado, do qual apenas o livre-arbítrio do homem está isento; todo o resto, Deus o governa através das estrelas. Mesmo o livre-arbítrio humano não está totalmente imune, pois é possível dispor da alma, de certa forma, mas não determiná-la, por sua ligação com o corpo, que está sujeito à influência astral. Em um de seus Opuscula, ele conclui que os corpos celestes são movidos por anjos, e que esses anjos não devem ser adorados com latria como autores dos benefícios que dispensam, mas venerados com dulia como servos de Deus que transmitem seus dons, ou seja, o culto dos anjos planetários é colocado na mesma categoria que o dos santos. Em seguida, vem o tratado De Fato, onde, além de um determinismo astrológico que inclui até mesmo o entendimento humano, encontramos uma aprovação dos talismãs. Certamente, este tratado não é geralmente considerado autêntico. Ele está em contradição absoluta com o restante das afirmações de Tomás sobre astrologia. Não está na lista de obras estabelecida por Bartolomeu de Cápua para sua canonização; e aparece frequentemente sob o título De Fato secundum Albertum — é, de fato, quase certamente obra de Alberto Magno, cujo Speculum astronomiae era um trunfo frequentemente jogado tanto por Campanella quanto por Ficino. Pode-se, no entanto, entender que Campanella sempre pôde fazer grande uso do De Fato para sua defesa da astrologia, pois ele está anotado, sem o menor “secundum Albertum” no título, ou sem a menor dúvida quanto à sua autenticidade, na edição oficial das obras de Tomás, a grande edição romana de 1570, dedicada a Pio V e publicada em conformidade expressa com os decretos do Concílio de Trento. Esta edição contém também os comentários pró-astrológicos do Cardeal Caetano sobre a Summa, e outros. Não é surpreendente que Campanella, assim armado, tenha sido proibido de ensinar o tomismo perto do fim de sua estadia em Roma. O valor que Campanella atribuía à autoridade dos dois grandes teólogos dominicanos, Tomás e Alberto, como escudos protetores, aparece claramente na apresentação de sua Astrologica, cujo título completo é:
Seis livros de questões Astrológicas, nos quais a Astrologia, liberta de todas as superstições dos Árabes e dos judeus, é tratada de forma fisiológica, de acordo com as Sagradas Escrituras e a doutrina de São Tomás, de Alberto, e dos maiores teólogos; para que possam, sem suspeita de malefício, ser lidos com proveito na Igreja de Deus.
O prefácio, no qual Campanella destaca suas próprias opiniões sobre a astrologia, contém numerosas referências a Tomás, do qual ele chega a se valer para combater Agostinho, cujas competências neste domínio são de qualquer forma duvidosas, pois não tinha conhecimento matemático, como mostra sua recusa em aceitar a existência dos antípodas. A posição pessoal de Campanella resume-se na seguinte afirmação:
Dizemos então, apoiados pela doutrina de Tomás, de Alberto Magno e dos teólogos mais sutis, que o livre-arbítrio do homem não está direta, mas acidentalmente (“per accidens”) sujeito às estrelas, na medida em que o corpo é afetado pelo céu e pelas estrelas; o mesmo ocorre com o espírito animal, que é rarefeito e corporal, assim como os humores.
Isso parece salvaguardar o livre-arbítrio ao não permitir que as influências astrológicas alcancem mais alto que o espírito (spirit). Mas devemos lembrar que o espírito de Campanella, como o de Telesio, tem a função de perceber, conhecer e desejar e, na realidade, é um duplo ligeiramente inferior da alma ou do espírito como mente (mind), do qual difere, por assim dizer, apenas por ser corporal. Portanto, as influências planetárias sobre o espírito (spirit) podem, em alto grau, determinar o caráter do espírito como mente (mind).
Da mesma forma, quando Deus deseja criar um perfeito Homem Santo, ele pode usar as estrelas e os elementos para preparar adequadamente o corpo para receber a alma, e assim tornar puros e sutis os espíritos animais.
De fato, o estado dos espíritos determinado pela astrologia é de tal importância que é razoável decidir irrevogavelmente o curso de sua vida com base em seu horóscopo. Se, por exemplo, este último indica que você é dotado de espíritos grosseiros, opacos e fumegantes, você será irremediavelmente estúpido e ignorante, e será melhor submeter-se inteiramente à vontade dos outros. Um bom meio de conseguir isso é entrar em um mosteiro; se a “família dos sábios”, ou seja, os franciscanos ou os dominicanos, o recusar, então tente os jesuítas. Se você for apenas moderadamente estúpido, tente se tornar tomista ou platônico. Se seu horóscopo indica que você corre o risco de acabar na prisão, torne-se cartuxo, e assim por diante. A autenticidade dos nomes e caracteres tradicionais das estrelas, sobre os quais repousa a confiabilidade dos horóscopos, é garantida da forma mais absoluta possível por uma tradição que é uma espécie de prisca theologia:
Deviam ter sido divinos ou ter recebido o ensinamento de Deus, esses homens que nos transmitiram essas simpatias e antipatias, e esses nomes das estrelas.
De fato, os egípcios os receberam de Abraão, Abraão de Noé, Noé de seus ancestrais, e assim se remonta até Adão e Deus. O Sol, é claro, exerce uma influência muito maior do que os outros planetas, que lhe devem seu poder. Dado que a nova religião de Campanella era ao mesmo tempo anunciada e provocada pelos movimentos do Sol, era normal para ele aprovar a teoria segundo a qual a grandeza e a decadência de todas as religiões, incluindo o cristianismo, são determinadas astrologicamente. O fator principal dessas mudanças religiosas é que o Sol se aproxima da Terra. Quando ele se encontrava em seu ponto mais distante, o foco da religião situava-se em povos que viviam perto do equador, pois o Sol estava longe o suficiente para rarefazer e purificar seus espíritos sem queimá-los. Mas, ao se aproximar, tornava seus espíritos fumegantes, e a religião chegou ao Egito, onde a mesma coisa aconteceu, sendo que o período fumegante teve como consequência a adoração de animais. De lá, à medida que a região temperada se deslocava insensivelmente para o norte e para o oeste, a religião passou sucessivamente para os babilônios, os judeus e os persas, os gregos, os romanos, os franceses, os alemães, os espanhóis, e se encontra agora no Novo Mundo. Se as próprias religiões são determinadas astrologicamente, pode parecer razoável ordenar os detalhes dos desvios religiosos de acordo com os planetas. Campanella discute longamente a seguinte questão: deveria-se rezar em momentos astrologicamente favoráveis? Os seguintes pontos argumentam a favor do sim: primeiro, a recomendação de Salomão no Livro da Sabedoria de rezar ao nascer do Sol, que é apoiada pelo fato de que o Sol sempre nasce com Mercúrio e Vênus, e prepara a alma para a contemplação, como observou Ficino no De Tr. V, e que os altares são sempre colocados nas extremidades orientais das igrejas. Em seguida, Davi disse: “Sete vezes por dia, a ti se eleva minha oração” e há sete horas canônicas; estas, pensam os astrólogos, são atribuídas aos sete planetas, como os dias da semana, as sete idades do mundo, etc. Campanella aceita o primeiro desses argumentos sob a condição de que a ação dos planetas se exerça sobre o corpo e o espírito, em vez de sobre a alma, e que um homem bom possa rezar com sucesso a qualquer momento. Seus motivos para rejeitar o segundo são que as horas de oração são sete, não por causa dos planetas, mas por causa das sete estações da Via Sacra, e das Sete Últimas Palavras, assim como dos sete dons do Espírito Santo, ou porque Deus dispôs tudo harmoniosamente em sete. Essa rejeição é perfeitamente desonesta pois, como veremos, Campanella não acreditava em um universo construído sobre a harmonia e a numerologia à maneira de Giorgi e pensava absolutamente que os dias da semana e as idades do mundo correspondiam aos planetas e eram dominados por eles. O conteúdo teórico muito pouco ortodoxo da Astrologica de Campanella justifica sua vontade de se proteger por trás da autoridade de Tomás, Alberto e Caetano, especialmente porque, ao contrário dos outros magos que encontramos, ele escrevia posteriormente à bula de Sisto V contra a astrologia e pouco antes da de Urbano VIII. Mais tarde, Campanella soube tratar dessas duas bulas com habilidade: no final da edição de 1636 de seu Atheismus Triomphatus, ele publicou uma defesa em favor delas que faz tantas concessões aos astrólogos imaginários que supostamente as atacaram que as bulas acabam parecendo defender a “boa” astrologia e condenar apenas alguns “maus” astrólogos que pretendem prever eventos particulares com certeza absoluta. Ele se esforça para tirar o máximo proveito da aprovação dada pelo Concílio de Trento e confirmada pela bula de Sisto V à astrologia empregada nas artes úteis como agricultura, navegação e medicina. O Concílio de Trento havia condenado apenas os livros sobre astrologia divinatória que pretendiam certeza e previsão, invadindo o livre-arbítrio, enquanto Sisto V condenava todas as formas de adivinhação. Não obstante, diz Campanella, não porque as previsões gerais e incertas sejam falsas, mas porque podem ser perigosas e, claro, se “o Santo Padre não nega que o Céu nos leva a certas ações e escolhas”, ele quer apenas garantir que podemos resistir a essas tentações e, portanto, que não podemos fazer previsões certas sobre elas. Tomás e Caetano reaparecem para estabelecer que os céus, de forma certamente indireta e não irresistível, influenciam nossos entendimentos e caracteres. Do ponto de vista de Campanella, o tipo de previsão mais importante dizia respeito aos eventos sobrenaturais em grande escala, baseados em presságios celestes, pois ele deduzia todas as suas esperanças escatológicas do comportamento particular do Sol. Embora seja claro que tais previsões não se enquadram em nenhuma das categorias autorizadas, agricultura, navegação, medicina, ele afirma sua legitimidade com firmeza, apoiado pela Estrela do Oriente. Ele não discute a condenação, na bula de Sisto V, daqueles que revivem a idolatria pagã “dirigindo orações aos demônios, acompanhadas de fumigações de incenso e coisas diversas, ou oferecem outros sacrifícios, acendem velas, ou fazem mau uso dos objetos sagrados”, o que deve ter tornado a leitura incômoda tanto para ele quanto para Urbano VIII. Campanella conclui sua defesa das bulas remetendo seus leitores, para maiores informações, à sua Metaphysica, onde teriam encontrado, entre outras curiosidades, uma exposição completa em favor da magia de Ficino e de suas fontes neoplatônicas. A Apologia de Campanella para seu De Fato siderali vitando, ou seja, sua magia contra os eclipses, nunca foi publicada; escrita em 1629, no momento em que seu tratado era oficialmente examinado por heresia e superstição, ela nos expõe sem dúvida os argumentos com os quais ele se defendeu naquela ocasião. Ele começa retomando a referida operação mágica, mas omite, de forma significativa, a música, evitando assim a acusação de usar encantamentos ou invocações. Em seguida, nos é explicado, com a habitual série de referências a Tomás, incluindo ao De Fato, que os remédios contra os males provocados astrologicamente só podem ser piedosos, pois, sem esses remédios, o destino seria inevitável — não haveria livre-arbítrio e, portanto, nem recompensas nem castigos justos. Ainda segundo Tomás, esses remédios só poderiam ser condenados como supersticiosos se incluíssem um pacto tácito ou formal com o Maligno ou seus demônios; quanto a estes últimos,
que não existe nenhum pacto formal é evidente, pois se trata de um remédio cuja prática é acompanhada de uma invocação a Deus, dessa filosofia secreta que os Persas chamam Magia.
Em seguida, vem a distinção familiar entre a má magia demoníaca e a boa magia natural, que aplica o “ativo ao passivo e o celeste ao terrestre”. Não há pacto tácito com o Maligno, porque os remédios propostos têm todos uma ação natural contra os efeitos do eclipse. “Que as roupas limpas e brancas oponham uma força contrária ao eclipse sombrio é evidente”; que os odores aromáticos purguem o ar dos germes perniciosos da pestilência é reconhecido por “todos os doutores, em particular por Marsílio Ficino, Cônego florentino, Grande Teólogo e filósofo, em seu tratado sobre a peste”. A segunda dessas afirmações é uma das poucas honestas e válidas de toda a Apologia: purificar o ar dessa maneira era, de fato, um remédio normal contra a peste. Campanella pode igualmente alegar que seus remédios são desprovidos de “caracteres ou letras”, que, segundo Tomás e Caetano, são as marcas da magia demoníaca, já que só podem agir como sinais e devem, portanto, dirigir-se a um ser inteligente. Mas e quanto às sete luzes? Elas constituíam o aspecto mais perigoso de toda a operação; pois apareciam claramente como um signo ou símbolo, e Campanella havia dito ele mesmo que elas “representavam os planetas”. Ele dedica, portanto, a maior parte de sua Apologia a explicar que essas sete luzes poderiam ter um efeito físico natural. Ele começa afirmando que os números por si só podem ser causas físicas, pois “Deus dispôs tudo em número, peso e medida”, e ele dá uma lista importante de autoridades patrísticas sobre os poderes e virtudes dos números. Como já disse, Campanella não acreditava em uma harmonia pitagórica ou platônica do universo, e não podia usar esses argumentos com honestidade. Aproximamo-nos da verdade quando Campanella deixa de lado a numerologia e admite tacitamente que o importante para as luzes não é que sejam sete, mas que representem os planetas. Ele cita Tomás, mais uma vez, para mostrar que o mundo terrestre é governado e ordenado por meio dos influxos astrais, e Ficino, não como grande teólogo e escritor médico, mas como autor do De V.C.C., para apoiar a ideia de que esses influxos são mais eficazmente captados “se imitarmos os céus do que se não os imitarmos”. Vem em seguida uma defesa geral da ideia de que se pode investir objetos fabricados com um poder natural, de origem celeste, dando-lhes uma forma ou figura adequada, a saber, os argumentos comumente usados para demonstrar que os talismãs podem agir naturalmente, mas que são agora aplicados às velas de Campanella. Tomás, no Contra gentiles, admite que tais objetos podem adquirir virtudes ocultas e celestes, proposições que são contraditas sem serem expressamente retratadas em sua Summa theologica, como observa Caetano. Campanella resume então alguns dos argumentos sutis de Caetano em favor da ação natural dos talismãs, pelos quais, como diz Campanella, “ele lutou bravamente”. Esses argumentos, estabelecidos em sua maioria a partir do comportamento de ímãs e corpos metálicos flutuantes de formas diversas, têm apenas uma tênue relação com os talismãs e nenhuma com as velas. Aproximamo-nos ainda mais da verdade quando Campanella nos diz que suas luzes imitam os planetas, não apenas por seu número, mas também por sua substância, devido ao seu caráter ígneo. As luzes na sala hermeticamente fechada são, em minha opinião, simplesmente um substituto para o mundo celeste exterior, tornado defeituoso pelo eclipse; algo não está certo nos céus verdadeiros, então nós fabricamos outro pequeno céu normal e favorável sem perturbação. Isso é, aliás, muito claro segundo as instruções de Campanella para lidar com cometas perigosos:
Você não se contentará em simular dentro da sala o céu com seus planetas e os signos do zodíaco, você também adicionará um simulacro do cometa, feito de um material aéreo, medicamente tratado, para que possa brilhar utilmente para você em uma posição e movimento tais que, pelo brilho, sejam temperadas (as influências) nefastas.
Temos aqui uma forma de magia natural radicalmente diferente de todas as que encontramos. Não se trata mais de uma espécie de técnica psicológica centrada na imaginação, mas, pelo menos na aparência, de uma operação física muito simples. Ela só era concebível com uma cosmologia telesiana, na qual a substância do céu não era de forma alguma uma quintessência, mas apenas fogo comum. Tornava-se então possível fabricar, literalmente, um céu em miniatura a partir de luzes comuns, dispostas segundo as conjunções mais favoráveis, e depois sentar-se e absorver sua influência benéfica um pouco como hoje em dia as pessoas usam lâmpadas infravermelhas. Se Campanella certamente pensava que sua magia funcionava em parte dessa maneira, havia sem dúvida outras, como a magia de Ficino que podia ser espiritual e natural, ou demoníaca.
