Imagem imaginante (Zolla)
Zolla2016
Toda imagem imaginada remete ao arquétipo imaginativo, à imagem imaginante. Assim, a Mãe, o signo de Câncer, a Caverna Cósmica, o Abismo das Águas, a Lua Cheia, a Múmia Cheia de Leite são imagens imaginadas pelo arquétipo que (de forma apressada, no bom sentido) pode ser chamado de Misericórdia divina ou, de forma mais austera, Passividade criativa. Mas a relação não é mecânica; o fato de essas imagens refletirem ou não o arquétipo depende do contexto, do tom, da sintonia geral: somente o arquétipo expande o ser. Ananda Coomaraswamy concebeu o projeto de um museu de símbolos que exemplificaria as associações de imagens que pertencem a cada arquétipo. O Eixo do Cosmos está projetado nos cubos das rodas, nos ilhós das portas, no Sol do qual tudo está pendurado, nos botões das roupas, nas rodas dos estribos, e no museu todos esses objetos, de qualquer época ou parte do globo de onde venham, devem ser reunidos: seria notado que todos estão decorados de forma a manifestar o arquétipo comum. Assim, o arquétipo da Ascensão aos céus deveria reunir as escadas de Jacó, os pilares graduados, as árvores entalhadas, os maypoles, os postes de yurt, os postes de sacrifício, as perfurações de flechas, os lingams.
