P: O que é essa conversa fiada sobre a eliminação do si (self)? Como o si pode se eliminar? Que tipo de acrobacia metafísica pode levar ao desaparecimento do acrobata? No final, ele reaparecerá, poderosamente orgulhoso de seu desaparecimento. — M: Você não precisa perseguir o “eu sou” para matá-lo. Você não pode. Não é possível. Tudo o que você precisa é de um desejo sincero pela realidade. Chamamos isso de atma-bhakti, o amor pelo Supremo, ou moksha-sankalpa, a determinação de se libertar do falso. Sem amor e vontade inspirada pelo amor, nada pode ser feito. O simples fato de falar sobre a Realidade sem fazer nada a respeito é autodestrutivo. Deve haver amor na relação entre a pessoa que diz “eu sou” e o observador desse “eu sou”. Enquanto o observador, o si interior, o si “superior”, se considerar separado do observado, o si “inferior”, desprezá-lo e condená-lo, a situação é desesperadora. Somente quando o observador (vyakta) aceita a pessoa (vyakti) como uma projeção ou manifestação de si mesmo e, por assim dizer, leva o si para dentro do Si, a dualidade do “eu” e “isto” desaparece e, na identidade do externo e do interno, a Realidade Suprema se manifesta. Essa união do vidente e do visto acontece quando o vidente se torna consciente de si mesmo como vidente, ele não está meramente interessado no visto, o que ele é de qualquer forma, mas também interessado em estar interessado, dando atenção à atenção, consciente de estar consciente. A consciência afetuosa é o fator crucial que coloca a Realidade em foco. EU SOU ISSO: 62