Francisco García Bazán — ORÁCULOS CALDEUS
Há uma realidade inteligível que deves compreender pela flor do intelecto, pois se inclinas para ela teu intelecto e tratas de concebê-la como um objeto determinado, não a compreenderás, já que é como a potência de uma espada resplandecente que ilumina com cortes intelectivos. Não se deve, portanto, conceber a este Inteligível com veemência, senão pela chama ampliada de um intelecto estendido que tudo o mede, salvo a este Inteligível. Por isso, o que se necessita não é concebê-lo com obstinação, senão, apartando o olhar puro de tua alma, tender para o Inteligível um intelecto vazio, até que aprendas a conhecer o Inteligível, posto que está fora do Intelecto.
Equipado de corpo inteiro com a força de uma luz muito viva e armado em intelecto e alma com uma espada de três pontas, arroja em tua inteligência o signo total da tríada e não frequentes os canais de fogo dispersamente, senão com concentração.
... o Pai se subtraiu, sem encerrar em sua Potência intelectiva o Fogo próprio.
Pois a Potência está com Ele, mas o Intelecto procede de Ele.
... Pois o Primeiro, Fogo transcendente, não encerra sua Potência na matéria por suas operações, senão por causa do Intelecto. Porque o artesão do cosmo ígneo é um intelecto de Intelecto.
Pois como uma membrana intelectiva ajustada por debaixo, (Hecate) separa a um fogo primeiro e a um fogo segundo que anseiam misturar-se.
Pois o Pai concluiu todas as coisas e as entregou ao Intelecto segundo, ao que vós outros chamais primeiro, na medida em que pertenceis à raça humana.
... Junto a Ele reside a díada, posto que ela tem duas funções, reter os inteligíveis no Intelecto, mas introduzir a sensação nos mundos.
...Todas as coisas enquanto engendradas pertencem a um Fogo único.