O que não reconheço como sendo o que sou. Tem sido objetificado como “Cognição”.
VEDANTA – a via positiva
Pode-se dizer que ser/estar-ciente [bieng-aware] é o que sou numenalmente. Todos os aspectos de ser/estar-ciente são o que fenomenalmente sou, Mas estes são desprovidos de ser neles mesmos, Pois são manifestações de ser/estar-ciente.
Se com-ciência [awareness] pode se dizer ser cognoscível em absoluto, Tal conhecimento é a suprema visão-interior, E pode ser chamado de ‘vacuidade radiante’, manifestando-se como ‘Graça’. Se sou/estou-ciente do radiância — isso pode ser o que sou, Pois, sendo Com-ciência, também sou Radiância.
O que com-ciência é — sou, O que com-ciência parece ser — não sou, No entanto, sou o que todo objeto é, Pois todo objeto é eu.
CHAN – a via negativa
O que sou deve necessariamente parecer ser sem-ciência [Unawareness], não-ser/estar-ciente [unaware] de ser/estar-ciente [aware]. Foi objetificado como “Vacuidade”.
Eis porque percebo com-ciência [awareness] como meu objeto, O que não reconheço como sendo o que sou. Tem sido objetificado como “Cognição”.
Este funcionamento, que é conhecido como “cognoscer”, Inevitavelmente manifesta em uma extensão conceitual, Que é denominada “espaço-tempo”, E isto é experienciado por mim como “viver”.
Posto que nunca possa ser/estar-ciente de minha sem-ciência, Nunca posso ser um objeto, E eu somente, do qual não posso ser/estar-ciente, não posso ser conhecido.
Mas tudo de que sou/estou-ciente, Deve necessariamente ser meu objeto, E portanto deve ser o que sou, Pois meu objeto e eu não somos dois. [tr. Antonio Carneiro]