IBN ARABI PALACIOS
Miguel Asín Palacios — O Islã Cristianizado. Estudo do sufismo através das obras de Ibn Arabi
Falecido pesquisador espanhol dedicado ao estudo de obras da tradição muçulmana, tendo escrito alguns clássicos como seu estudo sobre Ibn Arabi, El Islam cristianizado. Estudio del sufismo a través de las obras de Abenarabi de Murcia..
Se possível, traduziremos para o português alguns tratados menores constantes deste livro.
Extratos
*Ibn Arabi Encontros com Al-Jadir
Islã Cristianizado (resumo)
Palacios, Miguel Asín, El Islam cristianizado. Estudio del "sufismo" a través de las obras de Abenarabi de Murcia. Hiperión, Madrid, 1981.
*Introdução
1. O título do livro e os problemas que sugere
2. A origem autóctone do sufismo, segundo Massignon
3. O sufismo, imitação cristã
4. A solução eclética do problema histórico
5. Sufismo ortodoxo e heterodoxo
6. O problema psicológico: existiu no Islã uma espiritualidade realmente análoga à cristã?
7. Os problemas teológicos: pode se dar no Islã a graça gratum faciens?
8. Pode se dar no Islã os carismas ou graças gratis datas?
9. Objeção e resposta
10. A solução do problema à luz da teologia católica
** 11. Plano deste estudo
- Parte I A vida de Abenarabi
Capítulo I Os anos juvenis
** Seu nascimento em Murcia
Pais e familiares
Sua educação literária em Sevilha
Seus mestres
Sua vida dissipada
Seu matrimônio
Morte de seu pai
Conversão e iniciação sufi
Relações com Averroes
Mestres de espírito
Vida em isolamento
Aumenta sua fé nos fenômenos místicos
Primeira aparição do Jadir
Vida em comum
* Suas relações com Jazmn de Marchena e Fatima de Córdoba
* Capítulo II Peregrinações pela Espanha e África
Sua vocação à vida peregrinante
Escreve em Móron sua Tadbirat
Sua estadia em Marchena, Córdoba e Cabrafigo
Passagem em Bugía
Suas relações com Abumedín
Segunda aparição do Jadir em Tunis
Estadia em Tremecen
Regresso a Sevilha, passando por Tarifa
Retorno a Africa
Estadia em Fez
Retorno a Sevilha e redação do Irxad
Segunda estada em Fez: seus primeiros êxtases; suas conferências místicas
Terceira aparição do Jadir
Regresso a Espanha, passando por Granada
Estadia em Murcia e Almeria
* Redação de seu Mawaqui
* Capítulo III Peregrinações pelo Oriente
A visão extática de Marrocos
Ibn Arabi vai para o Oriente
Visões e extases em Bugia e Tunis
Redação do Inxá
Estadia em Meca: redação do Turchuman, Mixcat e Al-Dorra
Viagens a Bagda e Mosul
Ibn Arabi veste o hábito do Jadir
Estadia no Egito: Ibn Arabi acusado de panteísmo
Viagem a Konia: relações com Caicaus I; redação do Maxahid e o Anwar
Peregrinações pela Anatólia
Estadia em Bagda
Viagem a Meca: redação do Dzajair
Peregrinação a Medina e Jerusalém
Ibn Arabi profetiza a tomada de Antióquia por Caicaus I
Estadia em Alepo
Capítulo IV Os últimos anos
** A saúde de Ibn Arabi se enfraquece
Fixa sua residência em Damasco
Publica o Fusus, o Diwan e o Futuha; ocasião, assunto e caráter destes livros
Outras obras de Ibn Arabi
Seus últimos dias
Sua morte
Breve notícia sobre seus filhos
O sepulcro de Ibn Arabi na Salihia de Damasco
Influência de Ibna Arabi no Islã oreintal, ortodoxo e heterodoxo
Ibn Arabi, Lulio e Dante
- Parte II Doutrina espiritual de Ibn Arabi
Capítulo I Fontes, método e plano
** Catálogo das fontes elegidas
Critério para eleição
Conteúdo e caráter peculiar de cada uma
Método e plano: doutrina espiritual de Ibn arabi, separada de sua documentação
Seu cotejo com a espiritualidade cristã ante-islâmica
Duplo objeto perseguido
Capítulo II Os princípios básicos da espiritualidade
** Ascética e mística
Sua existência no Islã, como disciplinas autônomas
Em que se distinguem uma da outra, segundo Ibn Arabi
Seu conteúdo respectivo
Suas relações mútuas
A graça, princípio da espiritualidade
Seu conceito e necessidade
Suas espécies
* Seus efeitos
* Capítulo III Os distintos gêneros da vida espiritual
Os religiosos seculares
A via eremítica e a conventual
Suas variedades
Monjas e agapetas no Islã
Vantagens e inconvenientes da vida solitária e da conventual
Indecisão de Ibn Arabi neste problema
A regra monástica e sua origem cristã
A regra de Ibn Arabi
Rica variedade de métodos de vida espiritual no Islã espanhol
O mestre de espírito e sua origem cristã
Sua necessidade e dotes, segundo Ibn Arabi
Capítulo IV A organização do noviciado
** O noviciado ou profissão e seus precedentes cristãos
O rito iniciático, o voto e a adoção do hábito, segundo Ibn Arabi
O traje monacal
A célula e a clausura
A distribuição do tempo
as conferências ascéticas
O tempo livre
A organização econômica
A comida
O asseio pessoal
a obediência ao superior
Sua necessidade e qualidades
A obediência passiva do noviço, "perinde ac cadaver"
A confissão espontânea
A comunicação telepática com o mestre
O respeito ao mestre
* Precedentes cristãos
* Capítulo V O método ascético
A vida espiritual, concebida como caminho e combate
Cinco condições para o êxito
A pureza de intenção
O bom uso do tempo
O abandono da própria vontade
A teoria da purgação ou katharsis
Purgação do sentido, do coração e do espírito
A penitência e a mortificação
As quatro mortes
A ascética purgativa
As virtudes monásticas: castidade, abstinência, desnudez do espírito, abnegação e humildade
A caridade fraterna e a vida apostólica
As obras de misericórdia, corporais e espirituais
* Selo cristão desta doutrina
* Capítulo VI Os meios para alcançar a perfeição
Sua enumeração geral, coincidente com a dos ascetas cristãos
O plano de vida ou distribuição do tempo
O exame de consciência
Seu conceito e sua origem cristã
Sua prática no Islã oriental
Sua introdução no Islã espanhol
O exame particular, aperfeiçoado por Ibn Arabi
Coincidência com St. Inácio de Loyola
A presença de Deus
Coincidência de Ibn Arabi com Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz neste ponto
Análise do sentimento de presença
A presença infusa
Cinco espécies de oração, segundo Ibn Arabi
Introdução tardia da oração metódica no ascetismo cristão
A oração litúrgica
seus precedentes monásticos
Método de oração afetiva, segundo Ibn Arabi
A meditação metódica no Islã
O método de Al Gazzalli
a doutrina de Ibn Arabi
O exercício da leitura meditada
Capítulo VII O canto religioso
** Sua prática no monacato cristão
Sua adoção pelo Islã oriental
Sua introdução tardia no Al Andalus
A cena do canto religioso, pintada por Ibn Arabi: os ouvintes, o cantor, as canções, a emoção extática, a partilha do hábito
Reprovação deste exercício por Ibn Arabi
suas censuras contra o canto religioso "com testemunha"
* Provável origem destes ritos estranhos ao Islã e ao cristianismo
* Capítulo VIII A oração de solidão
Sua prática no monacato cristão
Sua adoção pelo Islã: o exercício do retiro espiritual ou iticaf
A oração de solidão, segundo Ibn Arabi
Seus requisitos prévios de atitude remota
O método prático de seu exercçio
Provável origem indiano do rito
Processo psicológico da oração de solidão
Capítulo IX Os estados, as moradas e os carismas
** Em que diferem e coincidem os estados e as moradas
Sua essência comum e sua causa
Teoria das moradas, segundo Ibn Arabi e seus precursores islâmicos
Antecedentes cristãos desta teoria
O milagre e o carisma na teologia islâmica
Doutrina de Ibn Arabi
Carismas exteriores e interiores ou espirituais
Teoria de Ibn Arabi sobra a essência, causas ocasional e final e frutos do carisma
Explicação naturalista de seu mecanismo
Explicação mística
Relação harmônica entre as virtudes e os carismas
Classificação destes baseada em dita harmonia: carismas de visão, audição, elocução, manipulação, sobriedade, castidade e deambulação
Carismas do coração
Carismas mistos
O voto carismático da morte da vontade
Os carismas e a perfeição: atitude de Ibn Arabi, comaprada com a dos alumbrados e a dos místicos da Igreja católica
Os carismas não são a perfeição
Os carismas como tentação ou prova
A renúncia dos carismas
Coincidência de Ibn Arabi com a escola carmelita nesta atitude
* Antecedente cristão de toda doutrina carismática
* Capítulo X A intuição mística
Natureza infusa deste carisma
Suas três formas diferentes
A revelação: símbolos de seu mecanismo psicológico; seus cinco graus
A iluminação: símbolos de seu processo
O símile do pavio e da viva chama, em Ibn Arabi, em Lulio, em Herph e em Osuna
Concomitantes psicofisiológicos da iluminação. Seus graus.
A contemplação: símbolos de seu processo; seus vários graus.
O estado de contemplação constante e suas três maneiras
Precedentes cristãos desta doutrina
* suas coincidências com São João da Cruz
* Capítulo XI O êxtase
Natureza infusa deste carisma
Análise de seu processo psicológico
A inconsciência gradual, efeito do recolhimento
A emoção de doçura espiritual e a ligadura dos membros
Outros fenômenos patológicos
O êxtase não é a perfeição
Que há de cristão e de extra-cristão nesta doutrina do êxtase
Capítulo XII O discernimento de espíritos
** Aparição tardia desta doutrina na mística cristã
O discernimento de espíritos no Islã: a doutrina de Al Gazzalli
A criteriologia de Ibn Arabi
A influência do temperamento
Critério baseado no conteúdo e na forma das visões: visões diabólicas, angélicas e divinas
Critério baseado na natureza e efeitos do fenômeno místico: seis normas de discernimento
* Critério moral
* Capítulo XIII O amor de Deus
Virtudes preparatórias desta sublime morada
Os três momentos graduais do amor: simpatia, dileção, paixão
Natureza do amor
Suas duas espécies: amor físico e amor espiritual
O amor de Deus pela criatura: sua natureza e efeitos
O amor do homem a Deus; suas três espécies: físico, espiritual e misto
O amor profano, símbolo do amor divino
Origens cristãs deste simbolismo islâmico
A psicologia do amor divino, analisada através deste símbolo
O amor desinteressado ou platônico a Deus
Sua origem cristã
Sua introdução no Islã
O tema "Não me move, meu Deus para te querer"
Capítulo XIV A união extática
** Seu duplo conceito: como identificação real e como simples presença imaginativa
União incipiente e união consumada
Três tipos de união: o raptado, o ajudante e o caminhante
O querido de Deus e o que a Deus quer
O retorno da união
O Profeta, mediador da união
Gênesis desta teoria
Insuficiência do Corão para conceber a união extática
* O dogma cristão da Encarnação e seu influxo em Ibn Arabi
* Capítulo XV Caracteres da espiritualidade de Ibn Arabi
A onda neoplatônica
A objetividade das experiências místicas
O coeficiente patológico
O esoterismo
O sincretismo especulativo não transcende a sua espiritualidade
Ibn Arabi e a religião universal
as ondas trinitárias e teândrica
Elementos cristãos de sua espiritualidade
Ibn Arabi e a escola carmelita
Elementos extra-cristãos
Atitude equívoca de Ibn Arabi, explicada por sua dupla formação, espanhola e oriental
Ibn Arabi e a escola hispano-africana dos xadilies
A mística espanhola do século de ouro e os alumbrados
*** Conclusão
- Parte III Textos
I Tohfa Presente para a viagem à côrte da santidade
II Amr A regra taxativa que fixa as condições que devem cumprir aqueles que seguem o caminho de Deus
III Tadbirat Política divina no governo do reino humano (extratos)
IV Cunh Epístola sobre o que é essencialmente indispensável ao noviço (extratos)
V Mawaqui Descida dos astros e ascensões dos místicos (análise e extratos)
VI Anwar Tratado das luzes, ou seja, dos mistérios com que favorece Deus ao que entra na solidão
** VII Fotuhat As revelações de Meca acerca do conhecimento de Deus e do Mundo