Mathnawi III, 1259-1270
O elefante estava em uma casa escura: alguns hindus o haviam trazido para exibição.
A mão de um tocou sua tromba e ele disse: "Essa criatura é como um cano d’água." A mão de outro tocou sua orelha e, para ele, parecia um leque. Outro sentiu sua perna e disse: "Descobri que o formato do elefante é como o de uma coluna."
Da mesma forma, sempre que alguém ouvia a descrição do elefante, compreendia apenas a parte que havia tocado. Devido à diversidade das percepções, suas afirmações diferiam: um o chamava de "dál", outro de "alif". Se cada um tivesse uma vela na mão, as diferenças desapareceriam de suas palavras.
O olho da percepção sensorial é como a palma da mão: a palma não tem poder para alcançar a totalidade do elefante.
Estamos nos chocando uns contra os outros, como barcos: nossos olhos estão obscurecidos, apesar de estarmos em águas claras. Ó tu que adormeceste no barco do corpo, viste a água, mas olha para a Água da água.
A água tem uma Água que a move; o espírito tem um Espírito que o chama.