O I Ching, ou livro das mutações, é por vezes também chamado de livro das transformações.
Ao contrário da maioria das obras, não tem outro autor além do tempo. E que tempo! Séculos geraram suas páginas, milênios destilaram lentamente seu poder. Agora, o I Ching forma um conjunto coerente, apesar das contribuições sucessivas dos autores. Como por magia, e por ser o livro da mudança, o I Ching sobrevive ao progresso.
Sua representação implícita do universo possui uma força que nenhuma ciência pode quebrar.
O Ocidente, sempre pronto para o desrespeito, se apega principalmente a uma particularidade do texto, sem procurar compreender sua essência. Essa particularidade é a possibilidade de usar o I Ching como oráculo. Infelizmente, a cultura ocidental associa muito facilmente o oráculo à adivinhação. E eis que florescem obras malfeitas de charlatões ávidos, alegando que o I Ching pode prever o futuro.
Na realidade, o I Ching pode fazer muito mais do que isso.