"duro" e "maleável" do ponto de vista da materialidade das coisas
"humanidade" e "equidade" do ponto de vista da moralidade.
Ao mesmo tempo que responde a esta tripartição de papeis, o hexagrama se apresenta ele mesmo como uma dualidade:
As três posições do alto compondo o trigrama superior ("exterior": hui), que adapta a figura à "evolução" e permite seu "funcionamento" (ti e yong).
Tal agrupamento por três das posições não concerne a princípio somente o alto e baixo da figura, pode estender-se também aos trigramas "nucleares" que a compõem e podem podem aí se ler em filigrana (traços 2,3,4; traços 3,4,5).
O caráter plurívoco da estrutura do hexagrama, é indicado pelas possibilidade diversas indicadas, que se conjugam para erigi-lo em estrutura de geometria variável que permite apreender, sob uma multiplicidade de ângulos de visão e perspectivas, a natureza intrínseca do real, e ao mesmo tempo sua coerência unitária e sua constante renovação.
os lugares 2, 4 e 6 são pares, portanto yin
Na interpretação se examina a adequação de um traço pleno ou partido ocupando um destes lugares.
Embora determinados estes lugares são fatores de movimento, dado o princípio dinâmico e a estrutura funcional do hexagrama
As duas posições centrais do hexagrama constituem para WFZ, o pivô da figura: o terceiro lugar é aquele onde se produz o "avanço" enquanto o quarto lugar é aquele onde se produz o "recuo".
A partir desta alternância que está de acordo com o grande ritmo das coisas, o segundo e o quinto lugares correspondem ao momento de equilíbrio da evolução (pois ocupam o centro dos dois trigramas do alto e de baixo, sendo sua posição frequentemente a mais favorável); ao mesmo que estes dois lugares estão subordinados entre eles, tendo o quinto lugar a posição "soberana" da figura.
Às duas pontas do hexagrama, primeiro e sexto lugares, estes encarnam os estados extremos do processo: o "crescimento" que inicia em baixo da figura e a "dissolução" que se opera em seu topo.
O hexagrama consegue ser assim ao mesmo tempo estável e em evolução.
O hexagrama possui dois centros, o seio dos trigramas (segundo e quinto lugares); ora, esta dualidade de centros não arrisca conduzir a uma "divergência" pondo em perigo sua unidade?
O hexagrama não possui um centro devido a seu caráter de paridade (representado pelos dois trigramas)
Não há um centro próprio ao hexagrama, devido ao estado da unidade fundamental e indiferenciada das coisas (precedendo a atualização fenomenal): "não há nada que não seja centro"
Por outro lado, do momento que há a "cisão" diferenciadora, cada atualização particular segue sua lógica própria e "não se vê mais centro".
WFZ denomina isto a "sutilidade de uma ausência de centro": seja (em um estado original) "tudo é centro" e não se poderia instaurar um centro particular; seja (no estado posterior da evolução) "tudo é via", não há um centro dado.
Quanto à coexistência dos dois centros fundada sobre a imparidade: enquanto um centro tenderia a imobilizar o processo, dois centros são suficientes para criar as condições de uma variação por alternância que ela só pode tornar possível a continuidade da mudança ou da transformação.
A verdadeira centralidade consiste em evoluir de um centro a outro, indo em um sentido e outro, manifestando tal atitude e seu oposto, em função do que exige cada ocasião.
A capacidade de oscilar de um centro a outro permite abarcar todo o real, de um extremo a outro, de modo radical, explorando a fundo todas as possibilidades.
O julgamento do hexagrama representa o "ser constitutivo" da figura e os diversos traços seu "funcionamento".
É conveniente desdobrar seu funcionamento para conhecer a última modificação de seu ser constitutivo.
Traços e julgamentos se completam: o julgamento se referindo ao ser constitutivo da figura, dá o ponto de partida dos traços (revelando seu funcionamento) e os traços que se encadeiam no seio da figura nos indicam até onde vai finalmente tudo isto.
Este princípio de homogeneidade da figura esclarece sua leitura e a ele se deve em particular que o último traço da figura se interpreta mais "facilmente" que o primeiro.
No primeiro traço a tendência encarnada pela figura só encontra-se esboçada; no último traço se esclarece a partir do que precede.
O primeiro traço aponta para um estado inicial, ainda não afirmado, de uma evolução; e o último, traçando um balanço desta evolução, lhe designa sua realização, seu sucesso (no sentido do que sucede).
As quatro posições intermediárias entre o primeiro e o último traço, a que servem?