Segundo Olivier Lacombe, Mme. Burgi tinha uma grande admiração por Sri Ramana Maharshi. Mas na busca de fidedignidade e lucidez, encontrou um sábio que quase nada escreveu mas que do qual muito se escreveu, inclusive registros de conversas onde preponderavam pensamentos de seus interlocutores mais do que do próprio.
Primeiramente, ela soube destacar a originalidade do mestre das insinuações de um exemplo eminente e moderno do Vedanta sem idade. Não que ela não tenha reconhecido afinidades entre sua sabedoria e a da tradição vedantina. Mas dois pontos se destacam em termos de diferenças: o Vedanta clássico afirma a autoridade fundadora do Veda, incluindo os Upanixades, assim como ao ensinamento do guru. A experiência na fonte da espiritualidade do jovem Ramana, foi súbita e espontânea. Nada se deve ao estudo, à cultura e à interpretação de um mestre.
A princípio, embora aceitando muito, numa etapa ulterior de sua vida, aos letrados de sua entourage, que se dedicavam a traduzir em linguagem vedantina tradicional, o conteúdo de seu sadhana, o Sábio sempre destacou sua preferência por um método simples, leve, direto, desembaraçado. A metáfora do mergulhador é particularmente reveladora do "estilo" que sempre foi o seu. Para responder à questão: "Quem sou eu? ", deve-se mergulhar dentro de si mesmo, o espírito recolhido como em uma única ponta, a palavra e a respiração suspensos, e encontrar o lugar original de onde surgiu a consciência pessoal. O mergulhador espiritual deve, mais que o pescador de pérolas, proceder por etapas sabiamente controladas e por graus sucessivos? Não deve ao invés ir direto à meta, o mais rápido e mais diretamente? Não é para ele uma necessidade vital?
Escritos: RAMANA MAHARSHI ET L'EXPÉRIENCE DE L'ÊTRE
O Vedanta constitui a soma de diferentes buscas propondo alcançar, por disciplinas variadas, uma “experiência plena do Ser” que reside no homem, a fim que este possa alcançar a liberação.
O neo-hinduísmo e a renovação da metafísica
A vida de Ramana Maharshi
O Si-Mesmo e a experiência integral
Jnana Yoga (caminho do conhecimento)
As Mahavakya (grandes proposições)
Os fatores concomitantes da experiência reveladora
O problema da morte
Os hinos dos santos xivaítas
Análise da experiência de Maharshi
A vida espiritual de Maharshi depois de sua experiência
Abolição do medo de morrer
Absorção no Si-Mesmo
Fervor devocional
Convém distinguir as obras em prosa, datando do início de sua estada em Tiruvannamalai (Busca do Si mesmo; Quem sou eu?). Todo o resto da obra de Ramana é inteiramente escrita em versos, e provém em grande parte de sua idade madura.
Os escritos em prosa “Busca de Si mesmo” e “Quem sou eu?”
O ensinamento de Ramana, método novo da realização do Ser (extrato)
Os escritos em versos
Hinos e traduções
Os cinco hinos sobre Arunachala
As traduções
Os dois grandes poemas
A Essência da instrução
O EGO, O MENTAL E O SI-MESMO
O corpo, o ego, o Si-Mesmo
O Coração, a “fonte”, o Si-Mesmo
Samadhi
O Guru e sua graça
O Guru, Mestre espiritual, e sua ajuda
Nosso estado natural e o sadhana
Karma
Samsara, reincarnação, Karma
Realização
Realidade
Consciência — percepção direta do Si Mesmo — experiência direta (Pratyaksha)
Conhecimento — ignorância (sofrimento)
Conhecedor e conhecimento
Intelecto
Paz — Alegria, Felicidade (Ananda)
Os Yogas
Atma-vidya (conhecimento de si) ou Atma-vichara (investigação de Si)