Tag: eu
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É-se
(Lispector1973) Atrás do pensamento não há palavras: é-se. Minha pintura não tem palavras: fica atrás do pensamento. Nesse terreno do é-se sou puro êxtase cristalino. É-se. Sou-ME. Tu te és. […] Ouve-ME, ouve meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. […] Capta essa outra coisa de que na…
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Sou o és-tu
(Lispector1973) A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito mas o que tortuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio. Escrevo por acrobáticas e aéreas piruetas – escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja ME dando a grande medida do silêncio. […] E se eu…
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Sou o quê
(Lispector1973) Mas sou o quê? a resposta é apenas: sou o quê. Embora às vezes grite: não quero mais ser eu!! mas eu ME grudo a mim e inextrincavelmente forma-se uma tessitura de vida. Quem ME acompanha que ME acompanhe: a caminhada é longa, é sofrida mas é vivida.
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Eu é
(Lispector1973) Estou de olhos fechados. Sou pura inconsciência. Já cortaram o cordão umbilical: estou solta no universo. Não penso mas sinto o it. Com olhos fechados procuro cegamente o peito: quero leite grosso. Ninguém ME ensinou a querer. Mas eu já quero. Fico deitada com olhos abertos a ver o teto. Por dentro é a…
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Estrutura da percepção (dinâmica)
(Abellio1965) Como dito anteriormente, alguns dos movimentos indicados na figura acima se identificam com as etapas do processo de gênese do “eu”; assim sendo, primeiro temos a relação mundo ativo e objeto ainda passivo (representado na figura pelo eixo mundo-objeto, ainda sem a corrente — a seta — do mundo para o objeto), ou seja,…
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Gênese do “eu” (Abellio)
(Abellio1965, p. 37-38) As etapas da gênese do “Eu”: concepção, nascimento, batismo, comunhão, colocam o batismo como percepção da primeira relação e a primeira comunhão como percepção da primeira proporção. Entre o momento da concepção e o do nascimento, ou seja, durante a gestação, faço parte das águas indiferenciadas no seio de minha mãe. Não…