Tag: hermenêutica

  • Uma nova humanidade na obra de Hermann Hesse

    (Deghaye2000) O projeto de uma nova humanidade é antigo na obra de Hesse. Está ligado ao declínio da humanidade presente que Hesse personifica quando fala da Europa. Para ele, a humanidade não é um coletivo, é sempre uma pessoa. O mesmo se aplica à Europa. É essa pessoa que morre e renasce. Em um artigo…

  • Dostoiévski, derrota do humanismo (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Em que consiste sua descoberta? Ele não se contenta em redescobrir a antiga e eterna verdade cristã sobre o homem, caída e esquecida no tempo do humanismo. A tentativa de um período humanista da história, a experiência da liberdade humana, não foram em vão. Não marcaram no destino humano…

  • Dostoiévski, escatologia (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Dostoiévski demonstra, por meio de sua antropologia, que a natureza humana é profundamente dinâmica, que um movimento ardente ocupa suas profundezas. O repouso, a imobilidade, existem apenas na superfície, no que forma a camada mais superficial do homem. Em seu íntimo, sob o véu dos costumes, sob a harmonia…

  • Memórias do Subsolo (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  O homem do ‘subsolo’ rejeita toda organização baseada na harmonia e felicidade universais. ‘Não ME surpreenderia nem um pouco’, diz o herói de ‘Memórias do Subsolo’, ‘se, de repente, inesperadamente, no meio de toda essa futura Razão universal, surgisse algum cavalheiro com uma fisionomia vulgar ou, melhor dizendo, retrógrada…

  • Dostoiévski e sua época (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Dostoiévski surge em outra época do mundo, em outro estágio da humanidade. Nele também o homem deixou de pertencer a essa ordem cósmica objetiva à qual pertencia o homem de Dante. Durante o período moderno, o homem tentou se fixar na superfície da terra, se encerrar em um universo…

  • Dostoiévski, sua concepção de homem e a de Dante e Shakespeare (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  É muito instrutivo comparar a concepção do homem em Dante, Shakespeare e Dostoiévski. Para Dante, assim como para São Tomás de Aquino, o homem é uma parte orgânica da ordem objetiva do mundo, do cosmos divino. Ele é um dos degraus da hierarquia universal. Acima dele está o céu;…

  • Dostoiévski, uma nova ciência do homem (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Dostoiévski é, antes de tudo, um grande antropologista, um experimentador da natureza humana. Ele descobre uma nova ciência do homem e aplica a ela um método de investigação até então desconhecido. A ciência artística – ou, se preferirmos, a arte científica de Dostoiévski – estuda a natureza humana em…

  • “Crime e Castigo” (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Crime e Castigo foi concebido de forma diferente. O destino humano não se resolve ali na coletividade, na atmosfera ardente das relações humanas: é frente a frente consigo mesmo que Raskolnikov descobre os limites da natureza humana, é sobre sua própria natureza que ele faz suas experiências. O “tenebroso”…

  • “O Idiota” (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  A concepção do Idiota opõe-se à do Adolescente e dos Demônios. Em O Idiota, a ação não se dirige para a figura central, o príncipe Míchkin, mas, ao contrário, parte dele em direção aos outros personagens. É Míchkin quem resolve o enigma de todos, especialmente o das duas mulheres,…

  • “Os Demônios” (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  A mesma construção centralizadora é característica de “Os Demônios”; Stavroguin é um astro em torno do qual toda a ação gravita. Tudo tende para ele, como para um sol, tudo sai dele e retorna a ele. Chatov, Verhovenski, Kirilov, são tantos fragmentos da personalidade desagregada de Stavroguin, emanações dessa…

  • “O Adolescente” (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Os romances de Dostoiévski são todos construídos em torno de uma figura central, seja porque os personagens secundários convergem para ela, ou porque, ao contrário, ela irradia em direção aos personagens secundários. Essa figura essencial sempre representa um enigma que todos se esforçam para desvendar. Aqui está, por exemplo,…

  • Os Demônios (3) (Arendt)

    ARENDT, H. Pensar sem corrimão: Compreender (1953-1975). Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo, 2021. Num terceiro plano, que claramente era o de Dostoiévski, abordamos a mesma questão do ateísmo, mas de forma muito mais séria: o tema central em toda a obra de Dostoiévski não é a existência ou não de Deus, mas a…

  • Os Demônios (2) (Arendt)

    ARENDT, H. Pensar sem corrimão: Compreender (1953-1975). Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo, 2021. No segundo plano, que de forma geral é o aceito, Os demônios é uma explicação ou profecia do que realmente aconteceu: o ateísmo provocaria a queda do regime czarista. O ateísmo erodiu um governo cuja autoridade se assentava “na graça…

  • Os Demônios (Arendt)

    ARENDT, H. Pensar sem corrimão: Compreender (1953-1975). Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo, 2021. TODA OBRA-PRIMA PODE ser lida em vários planos, mas para que seja considerada uma obra-prima é preciso que todos os fios estejam organizados de maneira a formar uma unidade consistente em cada plano. Sobre Os demônios pode-se dizer que se…

  • Shayegan (DSHC) – Corbin e a hermenêutica de Heidegger

    Corbin é seduzido pela hermenêutica de Sein und Zeit. Qual é a ligação entre o significante e o significado? É o Dasein, o Sujeito, que Corbin traduziu na época como “realidade humana”. O Sujeito, como realidade humana ou ser-aí (como seria traduzido mais tarde), alcança uma presença, constituindo-se como Da (aí), já está sendo-no-mundo (In-der-Welt-Sein).…

  • Shayegan (DSHC) – Corbin indo além de Heidegger

    Assim, se o ser-para-a-morte (de Heidegger) alcança, por meio da angústia, uma existência autêntica que é a de assumir a possibilidade última de seu ser e o poder de formar um Todo completo, esse Todo, no entanto, permanece no nível horizontal deste mundo. Além disso, Heidegger diz que “a análise da morte permanece puramente circunscrita…

  • Murata (TaoIslam) – Sinais de Deus

    O Alcorão afirma repetidamente que todas as coisas são “sinais” (dyat) de Deus, ou seja, que tudo dá notícias da natureza e da realidade de Deus. Como resultado, muitos pensadores muçulmanos, especialmente os cosmólogos, veem tudo no universo como um reflexo dos nomes e atributos divinos. Esses nomes e atributos representam qualidades, como majestade, beleza,…

  • Corbin (FDFH) – Hermenêutica espiritual comparada

    Versões: resumo em inglês Segundo Christian Jambet esta «Hermenêutica comparada» é a conclusão das investigações de Henry Corbin sobre o sentido e a amplitude da fenomenologia. Aí expõe os princípios, e demonstra a fecundidade neste ensaio consagrado ao estudo do (tawil) dos ismaelianos e da exegese de Swedenborg. E eis que a temática revelada não…

  • Shayegan (DSHC) – hermenêutica (tawil)

    (…) O mundo iraniano permitiu que Corbin articulasse todas as ideias que lhe eram caras dentro da estrutura de uma cosmologia traduzida em angelologia, e onde a função mediadora do anjo como princípio de individuação não só preservou o indivíduo de qualquer identificação com uma totalidade ideológica, mas também salvou o “fenômeno”, ou seja, a…

  • Corbin (FDFH) – Face de Deus e Face do homem

    Face de Deus e Face do homem são os dois parceiros da Revelação. Como o Islã espiritual concebe sua relação? Que lição a filosofia profética do xiismo aporta à inteligência das Religiões do Livro? Tais são as questões que dominam este livro. segundo Henry Corbin, não se pode verdadeiramente compreender a intenção profunda do Islã…