Tag: númeno

  • Wei Wu Wei (TM:21) – como digo “eu”

    Se ao dizermos “eu” falamos enquanto um fenômeno psicossomático que acredita ser uma entidade independente, agindo ou não agindo autonomamente como resultado de sua própria vontade, então, não importa o que possamos saber ou ignorar, o que possamos ter praticado ou não praticado, estamos verdadeiramente em cativo. Se, ao dizermos “eu” — embora possamos falar…

  • paramartha

    O paramartha indiano — que significa “objeto (artha) supremo (parama)” — é nada menos que a realidade fundamental na qual se alicerça o reino fenomênico. Sua captação se produz quando impressões conduzidas pelos sentidos físicos aos centros nervosos do cérebro, a serviço das paixões e emoções de um ego, já não mais enganam. Fica-se então…

  • Wei Wu Wei (TM:25) – isso que pensas ser

    […] A noumenalidade não tem necessidade de se identificar com a fenomenalidade, assim como um ovo não precisa ser identificado com um ovo, nem o Isto-que-somos precisa se identificar com o Isso-que-somos, uma vez que a diferenciação entre eles é apenas de apreciação objetiva. Mas uma identificação da noumenalidade, não com a fenomenalidade, mas com…

  • Wei Wu Wei (TM:27) – Noúmeno

    Onde está o noúmeno? […] Para que houvesse um “aqui” ou um “lá”, um “agora” ou um “então”, teria que haver alguma coisa que pudesse estar aqui ou lá, agora ou então. E não é uma coisa? Finalmente! Portanto, não sendo uma coisa, não pode ter ‘onde’, ‘quando’, nem qualquer atributo ou qualificação. Nenhuma afirmação…

  • Wei Wu Wei (TM:26) – confusão noúmeno e “eu”

    Confundimos o centro funcional do aspecto fenomênico de nossa natureza de noúmeno com um “eu”. Ele não tem mais autonomia do que um coração, um órgão físico, não tem mais potencialidades volitivas e não tem mais autoconsciência; no entanto, atribuímos a ele a sensibilidade que representa o que somos na realidade. Uma psique-soma, fenomenal como…

  • Wei Wu Wei (TM:31) – o tempo é a quarta dimensão do espaço

    Muitos artigos e alguns livros foram escritos sobre outras direções de medição além das três que estão disponíveis para o nosso aparelho sensorial, e em vários idiomas europeus. Até onde sei, todos estão preocupados exclusivamente com o que pode ser chamado de “a busca por uma enésima dimensão”, enquanto a matemática superior, por meio do…

  • Wei Wu Wei (TM:28) – “eu” é objeto e cativo

    Enquanto houver um “eu” pensando e sentindo, não importa como esse “eu” possa ser concebido, esse “eu” é um objeto e está cativo — pois todos os objetos estão necessariamente cativos. Mesmo que consiga liberar meu “eu” do medo, do desejo e da afetividade de qualquer tipo ou grau, esse “eu” liberado continua existindo como…

  • Wei Wu Wei (TM:65) – Númeno

    Númeno é o aspecto subjetivo do fenômeno, que é o aspecto objetivo do númeno; o primeiro negativo, o último positivo. Os fenômenos não podem ter existência aparente além do númeno, cuja objetivação eles são como aparência. O númeno não tem existência, aparente ou não aparente, a não ser como um conceito. Portanto, não tendo nem…

  • Wei Wu Wei (TM:39) – pensamento sem pensador

    Não deve fazer diferença se descartamos o “eu” ou o “outro”, pois o descarte de um elimina o outro. O método proposto pelos Mestres é “deixar de pensar”, pois então nem o “eu” nem o “outro” existem mais. A expressão “deixar de pensar” significa deixar de pensar a partir de um “eu”, pois o pensamento…

  • Wei Wu Wei (HN:Pref) – “eu” inconcebível

    Um corpo pode estar preso a cadeias, uma psique pode estar presa a complexos, um fenômeno conceitualizado pode estar preso, ou seja, pode considerar ele mesmo preso, e tudo pode ser liberado – pois ‘prisão’ e ‘liberação’ também são conceitos relativos. Mas nada conceitual poderia atar nada além de um conceito. Eu não posso ser…

  • Wei Wu Wei (HN:1) – Não sou, mas o universo aparente é o meu Eu

    “Não sou, mas o universo aparente é o meu Eu”. (Shit-t’ou, 700-790) Os objetos são conhecidos apenas como resultado das reações dos sentidos dos seres sencientes a uma variedade de estímulos. Esses estímulos parecem derivar de fontes externas ao aparelho reagente, mas não há evidência disso além do próprio aparelho reagente. Os objetos, portanto, são…

  • Wei Wu Wei (TM:37) – eu sou a presença da ausência de tudo o que parece ser

    Sujeito e objeto são as faces objetivas duplas do que subjetivamente são — às vezes absurda e enganosamente descritas como o “Caminho do Meio”. O que são subjetivamente só pode ser conhecido como Vazio, porque o conhecimento disso é uma tentativa de objetificação do que são, em que nada pode ser conhecido — já que…

  • Balsekar (RBET:Intro) – Básico do ensinamento de Nisargadatta

    O que-se-é, como númeno, é ser intemporal, infinito, imperceptível. O que se parece ser como fenômeno é objeto separado temporal, finito, sensorialmente perceptível. Verdadeiramente, somos invenções ilusórias na conscientidade. (1) Númeno — pura subjetividade — não tem conscientidade de sua existência. Tal conscientidade de sua existência só ocorre com o surgimento da conscientidade – eu…

  • Wei Wu Wei (TM:30) – todo fenômeno senciente é “eu”

    Noumenalidade está presente onde e quando a fenomenalidade estiver presente, pois nenhuma delas pode ter existência independente. Todo fenômeno, a cada momento, é então noúmeno e é, portanto, um centro, o centro de uma infinidade e de uma eternidade das quais, uma vez que são, por definição, sem limites, o centro deve necessariamente estar por…

  • Wei Wu Wei (TM:31) – Aqui e Agora

    A direção de medição expandida ou “N-ésima”, que indica onde estamos, que é o Aqui e Agora, é inacessível tanto para a percepção sensorial quanto para a conceitualização — os cinco sentidos e o sexto sentido conceitual. Não precisamos duvidar da razão disso, que, de fato, é óbvia: é simplesmente porque, sendo Aqui e Agora,…

  • Wei Wu Wei (TM:29) – nosso “cativeiro”

    Nossa infelicidade, nosso chamado “cativeiro”, todo o nosso sofrimento, nossa “queda” do paraíso na metáfora do Jardim do Éden, é apenas o efeito da identificação do que somos com o sujeito ou elemento cognoscente de nossa divisão em sujeito e objeto. A entificação desse sujeito faz com que seja concebido um indivíduo supostamente independente e…

  • Wei Wu Wei (TM:31) – presença

    Os fenômenos e o espaço-tempo são inseparáveis: sua aparência é interdependente. Noúmeno é a não espacialidade e a atemporalidade: a própria ausência de todos os conceitos que precisam de extensão. O espaço-tempo, então, é visto como uma porta aberta para a compreensão metafísica. Enquanto o conceito de espaço-tempo estiver presente, somente a compreensão fenomenal será…

  • Wei Wu Wei (TM:29) – mente integral

    O que somos é o que estou chamando de “mente integral”, que é o númeno. A manifestação disso que somos é um processo de objetificação que implica uma divisão em dois elementos: um sujeito que percebe e um objeto que é percebido. Isso é conhecido como “dualismo”, e todos os fenômenos, o que quer que…

  • Ibn Arabi (SP) – Da sabedoria da transcendência no verbo de Noé §3

    Pois Deus se manifesta em cada criatura de uma maneira particular. É Ele que se revela em cada sentido, e é Ele que permanece oculto a toda compreensão, exceto para aquele que reconhece no mundo a “forma” (ou seja, a totalidade das Qualidades divinas) e a asseidade (huwiyah) de Deus, e [que vê o mundo…

  • Dyczkowski (MDDV:77-78) – Ser e Devir

    Vimos como o caráter dinâmico (spanda) da consciência absoluta é a sua liberdade de assumir qualquer forma à vontade por meio da diversificação ativa da consciência (vimarśa) no tempo e no espaço, quando é direcionada para o objeto da consciência e assume a forma dele. O movimento da consciência absoluta é um movimento criativo, uma…