Tag: ser humano

  • As três partes do homem infeliz: corpo, alma e razão (Zolla)

    Zolla, Le potenze dell’anima O homem capta com seus sentidos as aparências contingentes, limitadas pelo espaço e remitidas pelo tempo; e enquanto com a razão as classifica de acordo com as hipóteses gerais que melhor as enquadram, para poder dispor delas tecnicamente, com a alma ou psique experimenta atração ou repulsão por essas mesmas contingências.…

  • Ação dos arquétipos sobre o ser humano (Zolla)

    Zolla2016 Um arquétipo é o que reúne em um conjunto uma pluralidade de objetos, coordenando-os a certos sentimentos e pensamentos. O contato com um arquétipo não pode ser expresso na linguagem comum, exige exclamações e idiossincrasias, implica uma certa excitação. Quando uma mente cotidiana toca um arquétipo, perde seu equilíbrio instável e cai no desespero.…

  • Nove elementos da alma humana (Enel)

    Enel1966 Vejamos agora os nove elementos que compõem a alma do homem, começando pelo mais material, aquele que pode, em rigor, ser assimilado ao corpo perecível. Este elemento era chamado Khat, nome cujo sinal determinativo era um leito sobre o qual repousa uma múmia. O que nos inclinaria a crer que esta parte do homem…

  • Homem Universal (Enel)

    Enel1966 Após esta breve introdução, podemos abordar o que constitui propriamente o tema do presente capítulo. Dissemos que o corpo do homem havia sido modelado pelo Criador, ou, mais exatamente, pelos Aelohim (Nós-os-deuses, em outras palavras: as forças da natureza). A alma era, em geral, representada sob a forma de um pássaro fantástico tendo frequentemente,…

  • O homem não é senão um animal (Enel)

    Enel1966 Após a criação da terra e, nesta terra, da vida vegetal, Deus, segundo a Bíblia, a povoou com todos os tipos de vidas animais, daquilo que Moisés chama de « almas viventes » (Nephesh haiah), ou, em outras palavras, das manifestações individualizadas da potência de vida. Fabre d’Olivet comenta assim esta passagem: « Ora…

  • Dostoiévski, derrota do humanismo (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Em que consiste sua descoberta? Ele não se contenta em redescobrir a antiga e eterna verdade cristã sobre o homem, caída e esquecida no tempo do humanismo. A tentativa de um período humanista da história, a experiência da liberdade humana, não foram em vão. Não marcaram no destino humano…

  • Dostoiévski, escatologia (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Dostoiévski demonstra, por meio de sua antropologia, que a natureza humana é profundamente dinâmica, que um movimento ardente ocupa suas profundezas. O repouso, a imobilidade, existem apenas na superfície, no que forma a camada mais superficial do homem. Em seu íntimo, sob o véu dos costumes, sob a harmonia…

  • Memórias do Subsolo (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  O homem do ‘subsolo’ rejeita toda organização baseada na harmonia e felicidade universais. ‘Não ME surpreenderia nem um pouco’, diz o herói de ‘Memórias do Subsolo’, ‘se, de repente, inesperadamente, no meio de toda essa futura Razão universal, surgisse algum cavalheiro com uma fisionomia vulgar ou, melhor dizendo, retrógrada…

  • Dostoiévski e sua época (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Dostoiévski surge em outra época do mundo, em outro estágio da humanidade. Nele também o homem deixou de pertencer a essa ordem cósmica objetiva à qual pertencia o homem de Dante. Durante o período moderno, o homem tentou se fixar na superfície da terra, se encerrar em um universo…

  • Dostoiévski, sua concepção de homem e a de Dante e Shakespeare (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  É muito instrutivo comparar a concepção do homem em Dante, Shakespeare e Dostoiévski. Para Dante, assim como para São Tomás de Aquino, o homem é uma parte orgânica da ordem objetiva do mundo, do cosmos divino. Ele é um dos degraus da hierarquia universal. Acima dele está o céu;…

  • Dostoiévski, uma nova ciência do homem (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Dostoiévski é, antes de tudo, um grande antropologista, um experimentador da natureza humana. Ele descobre uma nova ciência do homem e aplica a ela um método de investigação até então desconhecido. A ciência artística – ou, se preferirmos, a arte científica de Dostoiévski – estuda a natureza humana em…

  • “Crime e Castigo” (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Crime e Castigo foi concebido de forma diferente. O destino humano não se resolve ali na coletividade, na atmosfera ardente das relações humanas: é frente a frente consigo mesmo que Raskolnikov descobre os limites da natureza humana, é sobre sua própria natureza que ele faz suas experiências. O “tenebroso”…

  • “O Idiota” (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  A concepção do Idiota opõe-se à do Adolescente e dos Demônios. Em O Idiota, a ação não se dirige para a figura central, o príncipe Míchkin, mas, ao contrário, parte dele em direção aos outros personagens. É Míchkin quem resolve o enigma de todos, especialmente o das duas mulheres,…

  • “Os Demônios” (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  A mesma construção centralizadora é característica de “Os Demônios”; Stavroguin é um astro em torno do qual toda a ação gravita. Tudo tende para ele, como para um sol, tudo sai dele e retorna a ele. Chatov, Verhovenski, Kirilov, são tantos fragmentos da personalidade desagregada de Stavroguin, emanações dessa…

  • “O Adolescente” (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  Os romances de Dostoiévski são todos construídos em torno de uma figura central, seja porque os personagens secundários convergem para ela, ou porque, ao contrário, ela irradia em direção aos personagens secundários. Essa figura essencial sempre representa um enigma que todos se esforçam para desvendar. Aqui está, por exemplo,…

  • Tema central de Dostoiévski: o ser humano (Berdiaeff)

    Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]  A preocupação exclusiva de Dostoiévski, o único tema ao qual dedicou sua força criativa, é o homem e seu destino. Ele foi antropologista e antropocentrista a um grau indescritível. O problema do homem o absorveu até a frenesi, o devorou. A seus olhos, o homem não é um simples…

  • Poimandres – Origem da Humanidade

    Corpus Hermeticum — Poimandres Humanidade Atual Origem No final deste período, deus divide todos os seres (animais e homens) em machos e fêmeas. Palavra santa de Deus. Poimandres 18 18 Escuta agora este ponto que queimas de impaciência por ouvir. Findo este período, o liame que unia todas as coisas foi rompido pela Vontade de…

  • Poimandres Humanidade Atual

    Antropogonia – Humanidade Atual Origem No final deste período, deus divide todos os seres (animais e homens) em machos e fêmeas. Palavra santa de Deus. Dupla sorte dos homens Pela providência divina utilizando a composição das esferas, os novos seres se acasalam e se multiplicam, cada um segundo sua espécie. O homem que se conhece…

  • Poimandres Sete Primeiros Homens

    Fecundada pelo Homem, a natureza pari em seguida sete homens terrestres machos-e-fêmeas correspondendo às naturezas dos sete Governadores. Estes homens são duplos, atendo-se, quanto ao corpo, aos quatro elementos que concorrem a sua produção, quanto à alma, ao Homem essencial, tornado (neles) alma e intelecto, de vida e luz que era (da parte de seu…

  • Alan Watts: um mundo que gentifica…

    Então, digamos que a árvore que produz maçãs é uma árvore que maciera, usando “maçã” como verbo. E um mundo no qual os seres humanos chegam é um mundo que gentifica. Portanto, a existência de pessoas é sintomática do tipo de universo em que vivemos. Assim como manchas na pele de alguém são sintomáticas de…