De influência hindu e popular, o budismo tântrico ganha pouco a pouco ascendência sobre o Mahayana (século VIII), acabando por substituí-lo. São conhecidas várias escolas do budismo tântrico indiano. A mais importante é a Vajrayana ou «Veículo de Diamante», cujo próprio nome implica um simbolismo sexual (yajra = falo) que domina a estrutura significativa do tantrismo, sua «linguagem secreta» a vários níveis. Com efeito, os conceitos tântricos são caracterizados por esta qualidade, própria da serpente mítica que morde a cauda, por se transmutar continuamente de um lado para o outro, de forma que todo o texto tem duas leituras possíveis. Por exemplo, bodhicitta, «pensamento do Despertar», é o nome secreto do esperma ao nível sexual, e a «Mulher-Gnose» (prajna) é ao mesmo tempo a parceira, concreta ou imaginada, de um ato sexual ritual e o conduz ao centro das energias medulo-espinais. Todo o texto tântrico inclui deste modo duas exegeses possíveis: uma cuja referência é um ritual secreto, culminando em geral numa união sexual cujo objetivo é o de conseguir o Despertar, e outra de referência metafísica. [Eliade e Couliano]
Eliade-Couliano (Dicionário) – budismo tântrico
TERMOS CHAVES: budismo