guardião da porta

Trata-se de uma “cabeça de monstro” que, sob variadas formas mais ou menos estilizadas, é encontrada nos mais diferentes países, onde recebe nomes de igual modo diversos, em especial Kala-mukha e Kírti-mukha, na Índia, e T’ao-t’ie, na China. É encontrada também, não só no Cambodja e em Java, mas até na América Central, e aparece inclusive na arte europeia da Idade Média. O que importa observar, antes de mais nada, é que essa figuração está geralmente colocada sobre o dintel [travessa superior] de uma porta ou na chave de abóboda de um arco, ou ainda no alto de um nicho (torana) que contém a imagem de uma divindade. De uma forma ou de outra, ela aparece com maior frequência ligada à ideia de porta, o que determina de forma clara o seu valor simbólico.

Coomaraswamy reproduz uma figura de T’ao-t’ie do período Han, na qual um anel está como que suspenso, e que poderia ser considerada de certo modo como o protótipo da forma comum das aldravas, em uso até nossos dias, em que a máscara de um animal tem um anel na boca. Esse anel é um símbolo da “porta estreita”, tal como a goela aberta do monstro em outros casos. [Guénon]

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